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São Paulo, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003

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ECOTURISMO COLONIAL

Rafting, canyoning e caminhadas agitam arredores da cidade histórica rodeada de belas praias

Esportes de aventura sacodem Parati

Cássio Aoqui/Folha Imagem
Uma das quedas da cachoeira do Paraguacy, na fazenda Taquari


CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A PARATI (RJ)

Quando se pensa em Parati, logo vem à cabeça a bela cidade histórica, com charmosos prédios de arquitetura colonial e ruas calçadas de pedra. A essa imagem não podem faltar, claro, as famosas praias de águas esverdeadas.
O que muitos desconhecem é que, na estreita faixa entre as escarpas da serra do Mar e a costa marítima, só fica no clima de tranquilidade quem quiser. Isso porque são inúmeras as opções de esportes de aventura que podem ser praticados na região.
A começar pelos caudalosos rios que descem a serra -sobretudo o rio Mambucaba e seus afluentes-, as escolhas para esportes aquáticos vão bem além do jet-ski em mar aberto. Os mais comuns são o canyoning (descidas suspensas em corda junto a cachoeiras) e o rafting (descida de rios em botes infláveis).
Este último é indicado tanto para iniciantes como para quem já não é marinheiro de primeira viagem. A descida, no rio Mambucaba, começa na ponte suspensa que indica o fim da Trilha do Ouro (leia mais na pág. F8).
Há corredeiras de níveis dois e três -a escala dos rios em que se pratica o rafting vai de um a cinco, de acordo com o grau de periculosidade das corredeiras, em ordem crescente. A dica é fazer a descida no verão, quando o volume de água é maior e as corredeiras desafiam ainda mais os remadores.
Ao final do trajeto, dependendo das condições do rio, é possível saltar do bote e descer as corredeiras boiando, o que diferencia o rio de outros que servem de cenário para o esporte. Porém sempre "há uma pedra no meio do caminho". Aliás, não só uma, mas várias.
Alguns já ganham um pouco de adrenalina antes de entrar no bote, pois dá para chegar ao local dirigindo quadriciclos motorizados, por estradas de terra, pinguelas e poças d'água. A impressão é que, sobre o "motorizado", todos voltam a ser crianças.

Haja pernas
Para quem prefere usar a força das pernas, não faltam opções de caminhadas ou trilhas para mountain bikes. Uma delas é a que leva à belíssima cachoeira do Paraguacy, assim batizada pelo capixaba de mesmo nome que se diz "dono" do local.
O acesso é feito pelo km 550 da rodovia Rio-Santos, no sentido São Paulo. Após entrar numa rua de terra (Sertão do Taquari), atinge-se ao seu final o sítio do Paraguacy, onde se obtém autorização para percorrer a trilha mediante pagamento de R$ 15 -também é possível alugar "táxis-mulas".
São cerca de duas horas de subidas em trilhas íngremes de terra e pedras e travessia de rios rasos, providenciais em dias quentes. Não há indicações no caminho. O ideal é explorá-lo com um guia.
Mas o esforço compensa: a cachoeira é dividida em três quedas com refrescantes piscinas naturais. E, com o auxílio de cordas e correntes -o que faz desse percurso um tanto perigoso-, dá para chegar ao topo da primeira queda-d'água, de onde são feitas descidas de canyoning.
Não bastasse sua beleza, a cachoeira tem uma vista que impressiona e a diferencia das demais: de frente para a baía de Parati, de suas águas geladas, vê-se o azul do mar confundindo-se com o céu claro no horizonte.
Distante da serra -mas não tão longe do mato- e ao lado da badalada praia de Trindade, esconde-se outra praia bem menos conhecida pelos turistas: a do Sono. Seu nome é facilmente justificável: atrás da faixa de areia clara e de frente para o mar esverdeado com fortes ondas, diversas árvores parecem convidar para um cochilo sob suas frescas sombras.
Para chegar lá, é preciso deixar o carro num estacionamento improvisado e fazer uma trilha de uma hora e meia. Dessa praia, alcançam-se outras, cada vez mais isoladas, e cachoeiras com piscinas naturais. Na verdade, essa é a primeira parte da caminhada até a ponta da Juatinga, uma das mais belas travessias litorâneas do país.
Os amantes do vôo livre também foram contemplados pela beleza da costa verde e podem praticar de asa-delta a parapente em locais como o morro do Gavião ou perto da entrada do Parque Nacional da Serra da Bocaina.


Cássio Aoqui, editor-assistente de Negócios e Empregos, viajou a convite do hotel do Bosque Eco Resort.

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