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ECOTURISMO COLONIAL
Rafting, canyoning e caminhadas agitam arredores da cidade histórica rodeada de belas praias
Esportes de aventura sacodem Parati
Cássio Aoqui/Folha Imagem
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Uma das quedas da cachoeira do Paraguacy, na fazenda Taquari |
CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A PARATI (RJ)
Quando se pensa em Parati, logo vem à cabeça a bela cidade histórica, com charmosos prédios de
arquitetura colonial e ruas calçadas de pedra. A essa imagem não
podem faltar, claro, as famosas
praias de águas esverdeadas.
O que muitos desconhecem é
que, na estreita faixa entre as escarpas da serra do Mar e a costa
marítima, só fica no clima de
tranquilidade quem quiser. Isso
porque são inúmeras as opções de
esportes de aventura que podem
ser praticados na região.
A começar pelos caudalosos
rios que descem a serra -sobretudo o rio Mambucaba e seus
afluentes-, as escolhas para esportes aquáticos vão bem além do
jet-ski em mar aberto. Os mais comuns são o canyoning (descidas
suspensas em corda junto a cachoeiras) e o rafting (descida de
rios em botes infláveis).
Este último é indicado tanto para iniciantes como para quem já
não é marinheiro de primeira viagem. A descida, no rio Mambucaba, começa na ponte suspensa
que indica o fim da Trilha do Ouro (leia mais na pág. F8).
Há corredeiras de níveis dois e
três -a escala dos rios em que se
pratica o rafting vai de um a cinco,
de acordo com o grau de periculosidade das corredeiras, em ordem
crescente. A dica é fazer a descida
no verão, quando o volume de
água é maior e as corredeiras desafiam ainda mais os remadores.
Ao final do trajeto, dependendo
das condições do rio, é possível
saltar do bote e descer as corredeiras boiando, o que diferencia o rio
de outros que servem de cenário
para o esporte. Porém sempre "há
uma pedra no meio do caminho".
Aliás, não só uma, mas várias.
Alguns já ganham um pouco de
adrenalina antes de entrar no bote, pois dá para chegar ao local dirigindo quadriciclos motorizados, por estradas de terra, pinguelas e poças d'água. A impressão é
que, sobre o "motorizado", todos
voltam a ser crianças.
Haja pernas
Para quem prefere usar a força
das pernas, não faltam opções de
caminhadas ou trilhas para
mountain bikes. Uma delas é a
que leva à belíssima cachoeira do
Paraguacy, assim batizada pelo
capixaba de mesmo nome que se
diz "dono" do local.
O acesso é feito pelo km 550 da
rodovia Rio-Santos, no sentido
São Paulo. Após entrar numa rua
de terra (Sertão do Taquari), atinge-se ao seu final o sítio do Paraguacy, onde se obtém autorização
para percorrer a trilha mediante
pagamento de R$ 15 -também é
possível alugar "táxis-mulas".
São cerca de duas horas de subidas em trilhas íngremes de terra e
pedras e travessia de rios rasos,
providenciais em dias quentes.
Não há indicações no caminho. O
ideal é explorá-lo com um guia.
Mas o esforço compensa: a cachoeira é dividida em três quedas
com refrescantes piscinas naturais. E, com o auxílio de cordas e
correntes -o que faz desse percurso um tanto perigoso-, dá
para chegar ao topo da primeira
queda-d'água, de onde são feitas
descidas de canyoning.
Não bastasse sua beleza, a cachoeira tem uma vista que impressiona e a diferencia das demais: de frente para a baía de Parati, de suas águas geladas, vê-se o
azul do mar confundindo-se com
o céu claro no horizonte.
Distante da serra -mas não tão
longe do mato- e ao lado da badalada praia de Trindade, esconde-se outra praia bem menos conhecida pelos turistas: a do Sono.
Seu nome é facilmente justificável: atrás da faixa de areia clara e
de frente para o mar esverdeado
com fortes ondas, diversas árvores parecem convidar para um cochilo sob suas frescas sombras.
Para chegar lá, é preciso deixar o
carro num estacionamento improvisado e fazer uma trilha de
uma hora e meia. Dessa praia, alcançam-se outras, cada vez mais
isoladas, e cachoeiras com piscinas naturais. Na verdade, essa é a
primeira parte da caminhada até
a ponta da Juatinga, uma das mais
belas travessias litorâneas do país.
Os amantes do vôo livre também foram contemplados pela
beleza da costa verde e podem
praticar de asa-delta a parapente
em locais como o morro do Gavião ou perto da entrada do Parque Nacional da Serra da Bocaina.
Cássio Aoqui, editor-assistente de Negócios e Empregos, viajou a convite do
hotel do Bosque Eco Resort.
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