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Índios abriram trajeto calçado por escravos
DO ENVIADO ESPECIAL
Muito além das belezas
naturais, a Trilha do Ouro
esconde tesouros históricos
da época colonial. O mais visível é o caminho de pedras
construído por escravos.
Não há um consenso entre
os historiadores sobre quando a via começou a ser aberta. Há textos que citam sua
criação entre os séculos 17 e
18, durante o ciclo do ouro
no Brasil (daí o seu nome).
Defensores dessa tese dizem que a trilha se tornou
um caminho alternativo para escoar o ouro vindo de
Minas Gerais e embarcado
nos portos de Mambucaba e
Parati para desviar as tropas
de muares da casa de Quitar,
responsável pela fiscalização
do metal em Parati. No sentido inverso, subia peixe seco, farinha, cachaça e outros
mantimentos então consumidos nas minas.
Mas outros livros atribuem a abertura ou melhora
da trilha à fase de expansão
das culturas de café, quando
a região virou uma das mais
produtivas do país.
O movimento teria sido
intenso nos dois sentidos:
descia a produção cafeeira e
subiam os escravos para reforçar a mão-de-obra das fazendas produtoras de café.
Independentemente do
período em que o caminho
foi construído, sabe-se que
sua origem está nas picadas
abertas por tribos indígenas
que viviam na região antes
da chegada dos portugueses.
"Indivíduos da tribo
guaianá usavam a trilha para
suas viagens ao litoral com
suas mulheres e seus filhos",
afirma o historiador Francimar Pinheiro, especialista
no caminho de Mambucaba.
Outros exemplos dos séculos de história que atravessaram a trilha são os casarões
coloniais nas fazendas. Nos
locais com bela vista, há
construções lembrando
pontos de vigia, possivelmente erguidos com o aumento da pressão do poder
imperial pela fiscalização de
ouro contrabandeado. (CA)
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