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POR DENTRO DO WIND SONG
Cruzeiro proporciona rotina confortável
Vinícius Torres Freire/Folha Imagem
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Praia da ilha Curu, litoral Pacífico da Costa Rica, com passageiros do cruzeiro numa cavalgada e com o Wind Song ao fundo; turista passa dois terços da viagem no interior do veleiro
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VINICIUS TORRES FREIRE
Panamá e à Costa Rica
Quem já viu um seriado ou filme
qualquer sobre cruzeiros há de ter
imaginado o constrangimento de
horrores como a "festa do capitão"
e smokings naftalinados ou festas à
fantasia a bordo de navios enormes, muitas vezes parecidos com
uma mistura de shopping center
com Cohab.
Não tem nada disso este Wind
Song, veleiro que faz viagens de sete dias por ilhas e praias da costa
do oceano Pacífico do Panamá e da
Costa Rica.
No veleiro não há gentis organizadores pululando e oferecendo isso ou aquilo, quase não há horários, restrições ou amolação de
qualquer espécie. São sete dias de
vadiagem absoluta, rotina confortável e serviço e comida de fato excelentes.
Não há multidões, confusão ou
ruído. Não se faz nada. Na verdade,
não há muito o que fazer. Quem
vai a um cruzeiro viaja, em primeiro lugar, para o navio, uma prisão
com mimos e períodos de liberdade condicional -você acaba passando dois terços do dia no barco.
Viaja-se durante a noite, com exceção do primeiro dia. Diariamente, o veleiro ancora numa praia do
continente ou de uma ilha, quase
todas desertas e no litoral de reservas ambientais.
Durante todo o dia, pequenos
botes de borracha vão e voltam da
praia para o navio, quando você
quiser. Em apenas um dia se atraca
junto a uma cidade. Nos outros,
você fica em praias bonitas -bonitas assim como as daqui- , caminha por trilhas no mato ou investe de US$ 60 a US$ 120 para embarcar em tours especiais pelas reservas ecológicas.
Embora o navio disponha de variado equipamento para esportes
náuticos e pesca, o resto da programação não é lá muito radical.
O Wind Song leva em geral 148
passageiros com idade média de 50
anos para praias tranquilas, enseadas protegidas de águas claras e
calmas, onde se pode mergulhar e
nadar sem risco e sem necessidade
de muita perícia. As trilhas e tours
pela mata são igualmente tranquilas, talvez até demais.
O cruzeiro parte aos sábados de
Puerto Caldera, na Costa Rica. Antes do embarque, há um tour de
cinco horas de ônibus pelo país. Sai
de San José, a capital, no centro,
para o litoral leste, para Punta Arenas, onde fica Puerto Caldera.
A Costa Rica é conhecida pelo turismo ecológico, trekkings etc.
Mas durante esse tour o programa
é fisicamente mais ameno. Desce-se do ônibus duas vezes para esticar as pernas, abrir a carteira na
inevitável lojinha de quinquilharias artesanais e ver uma terrível
igreja feita totalmente de ferro no
século passado -a Costa Rica é
um país relativamente novo, sem
grandes atrações históricas.
Vinicius Torres Freire, Editor de Opinião, viajou
a convite da Windstar Cruises/Queensberry.
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