São Paulo, segunda, 25 de janeiro de 1999

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POR DENTRO DO WIND SONG
Cruzeiro proporciona rotina confortável
Vinícius Torres Freire/Folha Imagem
Praia da ilha Curu, litoral Pacífico da Costa Rica, com passageiros do cruzeiro numa cavalgada e com o Wind Song ao fundo; turista passa dois terços da viagem no interior do veleiro


VINICIUS TORRES FREIRE
Panamá e à Costa Rica

Quem já viu um seriado ou filme qualquer sobre cruzeiros há de ter imaginado o constrangimento de horrores como a "festa do capitão" e smokings naftalinados ou festas à fantasia a bordo de navios enormes, muitas vezes parecidos com uma mistura de shopping center com Cohab.
Não tem nada disso este Wind Song, veleiro que faz viagens de sete dias por ilhas e praias da costa do oceano Pacífico do Panamá e da Costa Rica.
No veleiro não há gentis organizadores pululando e oferecendo isso ou aquilo, quase não há horários, restrições ou amolação de qualquer espécie. São sete dias de vadiagem absoluta, rotina confortável e serviço e comida de fato excelentes.
Não há multidões, confusão ou ruído. Não se faz nada. Na verdade, não há muito o que fazer. Quem vai a um cruzeiro viaja, em primeiro lugar, para o navio, uma prisão com mimos e períodos de liberdade condicional -você acaba passando dois terços do dia no barco.
Viaja-se durante a noite, com exceção do primeiro dia. Diariamente, o veleiro ancora numa praia do continente ou de uma ilha, quase todas desertas e no litoral de reservas ambientais.
Durante todo o dia, pequenos botes de borracha vão e voltam da praia para o navio, quando você quiser. Em apenas um dia se atraca junto a uma cidade. Nos outros, você fica em praias bonitas -bonitas assim como as daqui- , caminha por trilhas no mato ou investe de US$ 60 a US$ 120 para embarcar em tours especiais pelas reservas ecológicas.
Embora o navio disponha de variado equipamento para esportes náuticos e pesca, o resto da programação não é lá muito radical.
O Wind Song leva em geral 148 passageiros com idade média de 50 anos para praias tranquilas, enseadas protegidas de águas claras e calmas, onde se pode mergulhar e nadar sem risco e sem necessidade de muita perícia. As trilhas e tours pela mata são igualmente tranquilas, talvez até demais.
O cruzeiro parte aos sábados de Puerto Caldera, na Costa Rica. Antes do embarque, há um tour de cinco horas de ônibus pelo país. Sai de San José, a capital, no centro, para o litoral leste, para Punta Arenas, onde fica Puerto Caldera.
A Costa Rica é conhecida pelo turismo ecológico, trekkings etc. Mas durante esse tour o programa é fisicamente mais ameno. Desce-se do ônibus duas vezes para esticar as pernas, abrir a carteira na inevitável lojinha de quinquilharias artesanais e ver uma terrível igreja feita totalmente de ferro no século passado -a Costa Rica é um país relativamente novo, sem grandes atrações históricas.


Vinicius Torres Freire, Editor de Opinião, viajou a convite da Windstar Cruises/Queensberry.



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