|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PORTUGAL
O viajante também se encanta com os azulejos vívidos que revestem as paredes de muitos edifícios
No país, o ideal é comer, beber e flanar
do enviado especial
Do Minho, no norte, ao Algarve,
no sul, os vinhedos dão a Portugal
o status de sexto país do mundo
em área dedicada ao plantio de
uvas e o sétimo em produção vinícola. O Dão e a Bairrada, áreas
produtoras de tintos clássicos e
frutados, bem como o Alentejo e
o Ribatejo, que também produzem vinhos de qualidade, ganharam grande reconhecimento internacional depois do ingresso do
país na União Européia (UE).
Se esse ingresso na UE legou ao
país novos mercados e financiou
o reequipamento das vinícolas,
não transformou, por outro lado,
esse aumento de escala em piora
de qualidade.
Com métodos tradicionais
-que não excluem a utilização
de computadores-, o país tem
melhorado seus tintos clássicos e,
também, os vinhos verdes, jovens
e refrescantes.
Do Alentejo, tintos e também
brancos chegam ao mercado com
os nomes Reguengos e Borba.
Já no Ribatejo, o rótulo Coruche
é sinônimo de vinho produzido a
partir de uvas plantadas na planície arenosa do rio Tejo.
Frutado e intenso, o tinto da
Bairrada é produzido há mil anos
e envelhecido na madeira, quesito
em que compete com o Dão.
Mesmo os rosés, em geral vinhos vulgares, têm alguma importância. O Mateus, por exemplo, é bastante exportado.
De todo modo, a região do Douro, famosa pelos tintos e brancos,
se notabiliza, sobretudo, pelo vinho do Porto.
"Descoberto" por comerciantes
ingleses no século 17, o Porto merece destaque mundial.
Com exportações crescentes
nesta década, o Porto é um vinho
fortificado com aguardente vínica
e capaz de imensa longevidade.
À boa mesa
Onde comer? Quando se trata
de Portugal, a resposta adequada
a essa pergunta é: em qualquer lugar. Nas tascas mais simples, nos
restaurantes imponentes, no bar
da esquina. Pouco importa. Comer bem -sem necessariamente
gastar bem- é tarefa fácil por lá.
Peixes e frutos do mar são emblemáticos da culinária lusitana.
Os assados de cabrito ou leitão, os
embutidos e os cozidos, também.
Em Lisboa, os restaurantes
abrem para almoço das 12h às
14h. O jantar é servido das 19h às
22h. Nos locais chiques, convém
fazer reserva.
Muitos oferecem a "ementa turística", refeição de três pratos e
café servida a preço fixo.
Para beliscar, experimente os
bolinhos de bacalhau (quentes ou
frios), as sardinhas assadas na
brasa ou a açorda de marisco, que
leva azeite, pão, alho, coentro e
frutos do mar. Os menos sensíveis
devem chafurdar num prato de
leitão assado à Bairrada ou de carne de porco à alentejana (com almejas). Para não perder a viagem,
também vale conferir o clássico
bacalhau à Gomes de Sá.
Entre os queijos, os de leite de
cabra e de ovelha se destacam. O
queijo da Serra, mole por dentro,
é de comer de joelhos; idem os
doces de ovos, que fornecem megatons de calorias.
Prazer para os olhos
Como viver não é só beber e comer, Portugal também encanta o
viajante com os azulejos vívidos,
que revestem as paredes de muitos dos edifícios portugueses.
Engastados em casas velhas, nas
paredes do moderno Oceanário
de Lisboa e até mesmo nos palácios, os azulejos foram introduzidos pelos mouros já na Idade Média -em árabe, o termo "al zuleiq" significa pequena pedra polida.
(SILVIO CIOFFI)
Texto Anterior: Futebol é paixão nacional Próximo Texto: Pousadas do país recebem e preservam Índice
|