São Paulo, Segunda-feira, 25 de Outubro de 1999
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PORTUGAL

O viajante também se encanta com os azulejos vívidos que revestem as paredes de muitos edifícios

No país, o ideal é comer, beber e flanar

do enviado especial

Do Minho, no norte, ao Algarve, no sul, os vinhedos dão a Portugal o status de sexto país do mundo em área dedicada ao plantio de uvas e o sétimo em produção vinícola. O Dão e a Bairrada, áreas produtoras de tintos clássicos e frutados, bem como o Alentejo e o Ribatejo, que também produzem vinhos de qualidade, ganharam grande reconhecimento internacional depois do ingresso do país na União Européia (UE).
Se esse ingresso na UE legou ao país novos mercados e financiou o reequipamento das vinícolas, não transformou, por outro lado, esse aumento de escala em piora de qualidade.
Com métodos tradicionais -que não excluem a utilização de computadores-, o país tem melhorado seus tintos clássicos e, também, os vinhos verdes, jovens e refrescantes.
Do Alentejo, tintos e também brancos chegam ao mercado com os nomes Reguengos e Borba.
Já no Ribatejo, o rótulo Coruche é sinônimo de vinho produzido a partir de uvas plantadas na planície arenosa do rio Tejo.
Frutado e intenso, o tinto da Bairrada é produzido há mil anos e envelhecido na madeira, quesito em que compete com o Dão.
Mesmo os rosés, em geral vinhos vulgares, têm alguma importância. O Mateus, por exemplo, é bastante exportado.
De todo modo, a região do Douro, famosa pelos tintos e brancos, se notabiliza, sobretudo, pelo vinho do Porto.
"Descoberto" por comerciantes ingleses no século 17, o Porto merece destaque mundial.
Com exportações crescentes nesta década, o Porto é um vinho fortificado com aguardente vínica e capaz de imensa longevidade.

À boa mesa
Onde comer? Quando se trata de Portugal, a resposta adequada a essa pergunta é: em qualquer lugar. Nas tascas mais simples, nos restaurantes imponentes, no bar da esquina. Pouco importa. Comer bem -sem necessariamente gastar bem- é tarefa fácil por lá.
Peixes e frutos do mar são emblemáticos da culinária lusitana. Os assados de cabrito ou leitão, os embutidos e os cozidos, também.
Em Lisboa, os restaurantes abrem para almoço das 12h às 14h. O jantar é servido das 19h às 22h. Nos locais chiques, convém fazer reserva.
Muitos oferecem a "ementa turística", refeição de três pratos e café servida a preço fixo.
Para beliscar, experimente os bolinhos de bacalhau (quentes ou frios), as sardinhas assadas na brasa ou a açorda de marisco, que leva azeite, pão, alho, coentro e frutos do mar. Os menos sensíveis devem chafurdar num prato de leitão assado à Bairrada ou de carne de porco à alentejana (com almejas). Para não perder a viagem, também vale conferir o clássico bacalhau à Gomes de Sá.
Entre os queijos, os de leite de cabra e de ovelha se destacam. O queijo da Serra, mole por dentro, é de comer de joelhos; idem os doces de ovos, que fornecem megatons de calorias.

Prazer para os olhos
Como viver não é só beber e comer, Portugal também encanta o viajante com os azulejos vívidos, que revestem as paredes de muitos dos edifícios portugueses.
Engastados em casas velhas, nas paredes do moderno Oceanário de Lisboa e até mesmo nos palácios, os azulejos foram introduzidos pelos mouros já na Idade Média -em árabe, o termo "al zuleiq" significa pequena pedra polida. (SILVIO CIOFFI)


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