São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000


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ECO-BRASIL
Inundações periódicas garantem a sobrevivência de várias espécies de plantas, aves, peixes e animais aquáticos
Pantanal lembra um velho tanque d'água

 "Velho tanque
Uma rã mergulha
Barulho da água."
Poema japonês do século 17

VINCENZO SCARPELLINI
ENVIADO ESPECIAL AO PANTANAL

A imagem do poema, que opõe o silêncio do velho tanque ao pulo da rã e ao barulho da água, pode resumir a atmosfera relativamente zen do Pantanal. Só que ali, no lugar do tanque, há centenas de lagoas. Em suas águas, em vez da rã, pulam diferentes espécies de peixes.
O Pantanal é inundado periodicamente graças aos rios que correm em direção ao rio Paraguai, veia jugular da região.
No território estima-se que haja 6.000 espécies de árvores.
A paisagem pode mudar radicalmente de uma margem à outra de um rio. De um lado, áreas de capim, vulneráveis ao fogo. De outro, mata alta e fechada, refúgio para os bichos.
O Pantanal é um velho tanque que fica cheio, uma vez por ano, com a água da chuva e dos rios, e depois seca, por meio da evaporação. As águas que ficam viram riachos e lagoas. Algumas podem permanecer no mesmo lugar por muitas décadas.
Os peixes, aprisionados nas lagoas que estão secando, viram comida fácil para cerca de 800 espécies de aves, que voam de lagoa em lagoa, como num tour gastronômico. A água garante ainda a vida de animais como jacarés e capivaras.


Vincenzo Scarpellini hospedou-se a convite da fazenda Rio Negro.


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