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ECO-BRASIL
Inundações periódicas garantem a sobrevivência de várias espécies de plantas, aves, peixes e animais aquáticos
Pantanal lembra um velho tanque d'água
"Velho tanque
Uma rã mergulha
Barulho da água."
Poema japonês do século 17
VINCENZO SCARPELLINI
ENVIADO ESPECIAL AO PANTANAL
A imagem do poema, que
opõe o silêncio do velho tanque
ao pulo da rã e ao barulho da
água, pode resumir a atmosfera
relativamente zen do Pantanal.
Só que ali, no lugar do tanque,
há centenas de lagoas. Em suas
águas, em vez da rã, pulam diferentes espécies de peixes.
O Pantanal é inundado periodicamente graças aos rios que
correm em direção ao rio Paraguai, veia jugular da região.
No território estima-se que
haja 6.000 espécies de árvores.
A paisagem pode mudar radicalmente de uma margem à outra de um rio. De um lado, áreas
de capim, vulneráveis ao fogo.
De outro, mata alta e fechada,
refúgio para os bichos.
O Pantanal é um velho tanque
que fica cheio, uma vez por ano,
com a água da chuva e dos rios,
e depois seca, por meio da evaporação. As águas que ficam viram riachos e lagoas. Algumas
podem permanecer no mesmo
lugar por muitas décadas.
Os peixes, aprisionados nas
lagoas que estão secando, viram
comida fácil para cerca de 800
espécies de aves, que voam de
lagoa em lagoa, como num tour
gastronômico. A água garante
ainda a vida de animais como
jacarés e capivaras.
Vincenzo Scarpellini hospedou-se a
convite da fazenda Rio Negro.
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