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DE PATO A CISNE
Proximidade do mar deixa clima úmido em Joinville, onde o estilo germânico pontua a paisagem
O ar é praiano, mas o sotaque é alemão
da enviada especial a Joinville
A 184 km da capital, Florianópolis, e a 135 km de Curitiba (PR),
Joinville é uma planície localizada
entre a serra e o mar. Situada a 4,5
m acima do nível do mar, a cidade
tem ares praianos.
Em menos de uma hora de carro, chega-se ao litoral -Balneário
Camboriú, a cidade mais famosa,
dista 92 km. As praias preferidas
dos veranistas são Barra do Sul,
Enseada, Ubatuba, Itajuba, Piçarras e Barra Velha.
A principal influência da cidade
é a germânica, que fica evidente
nos detalhes da arquitetura. Casas
no estilo enxaimel, com estrutura
de madeira recheada por tijolos à
vista, pontuam a paisagem em todos os bairros.
Apesar de ser a maior cidade catarinense -tem 400 mil habitantes, contra 300 mil na capital-,
Joinville mantém características
bem interioranas. É possível cruzar com vendedores de jornal nas
esquinas, e encontrar moradores
indo ao trabalho de bicicleta também não é incomum.
Imigração
A principal movimentação migratória aconteceu nos idos de
1851, quando chegaram à região
representantes da Alemanha, da
Suíça e da Noruega.
Mais tarde, foram incorporados
à população descendentes de italianos, franceses e brasileiros de
todos os Estados.
O nome francês dessa cidade
com sotaque alemão foi resultado
de um casamento entre integrantes da família imperial brasileira e
da realeza francesa. O príncipe de
Joinville, François Ferdinand Philipe, filho do rei da França, recebeu as terras onde hoje está a cidade como dote por sua união
com a princesa Francisca Carolina, irmã do imperador Pedro 2º.
Porto
A proximidade do porto de São
Francisco do Sul (45 km), um dos
maiores do país, também garante
o lugar de Joinville no mapa nacional como pólo industrial.
A cidade é matriz de gigantes
como a fabricante de tubos Tigre
e várias das principais indústrias
têxteis do país. Também é forte na
siderurgia.
São Francisco do Sul, aliás, é a
terceira cidade mais velha do país
-foi descoberta em 1504.
Vale a pena dar uma passada na
pequena comunidade de 40 mil
habitantes e visitar a igreja de
Nossa Senhora da Graça, de 1699,
que oferece, além de afrescos antigos nas paredes, uma história engraçada. Sua construção precisou
ficar paralisada por um período
de 18 anos, por causa de superfaturamento na obra.
Além disso, foi construída com
apenas uma torre -a da esquerda, que tem um relógio, foi agregada ao prédio em uma reforma
em 1926.
(RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO)
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