especial para a Folha

Os Grimaldi comemoram 700 anos à frente de Mônaco, mas, na verdade, a linha de sucessão masculina se rompeu duas vezes.
O que torna estranhas as preocupações com a masculinidade do príncipe Albert -aos 39 anos, ainda solteiro-, já que as princesas Caroline e Stephanie têm descendentes. Mesmo em caso contrário, os Grimaldi dão, como já deram, um jeito.
O primeiro "jeitinho" grimaldiano de continuar no trono ocorreu no século 18.
Antoine 1º teve duas filhas, a mais nova das quais, Louise Hippolyte, ele casou com Jacques de Goyon-Martignon, conde Torigny, que tomou o nome e as armas da família reinante, fundando a segunda casa Grimaldi.
O segundo jeitinho é bem mais recente e ainda mais curioso. Louis 2º, avô de Rainier 3º, atual príncipe de Mônaco, serviu na Argélia, como militar do Exército francês, e teve um caso com a filha de sua lavadeira. Eles tiveram uma filha, Louise-Juliette, a princípio ilegítima e logo legitimada, pois não havia outros herdeiros.
Em 1920, a princesa Louise-Juliette se casou com o conde Pierre de Polignac, que, a exemplo do conde de Torigny, aceitou trocar o sobrenome para Grimaldi.
Estava fundada a terceira casa Grimaldi, que tem a comandá-la, desde 1949, o filho do casal, o príncipe Rainier 3º.
Louise-Juliette e Pierre de Polignac logo se separaram, fazendo jus à "maldição dos Grimaldi".
No último século, Mônaco sobrevive principalmente do turismo, das operações alfandegárias e da emissão de selos.
O célebre cassino de Monte Carlo, construído sob Carlos 3º e fator responsável pelo perfil sofisticado do principado, responde por menos de 5% do produto interno bruto. É o que diz o governo.
Apesar das estripulias das atuais princesas de Mônaco, as últimas gerações de governantes Grimaldi, como Albert 1º e o próprio Rainier 3º, vestem o figurino sóbrio dos monarcas constitucionais.
Seriedade é preciso. Vai ver que é por isso que nenhum membro da família principesca, ou qualquer monegasco, pode entrar no cassino para jogar.
Se jogo fosse bom... (FM)



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