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POR DENTRO DO CARNABEACH
Micareta entra para calendário de Miami
EMANUEL NERI
enviado especial a Miami
O Carnabeach, Carnaval fora de
época de Miami, não obteve o êxito que seus organizadores esperavam. As despesas superaram as
previsões, e o prejuízo chegou a
US$ 600 mil. Mas houve um dado
muito positivo: Miami incluiu o
evento em seu calendário turístico.
Realizado nos dias 12 e 13 de julho, em plena Ocean Drive, um
dos pontos mais badalados da cidade, o Carnabeach também conquistou o bolso dos americanos.
A Prefeitura de Miami se comprometeu a gastar US$ 200 mil no
próximo ano para divulgar a festa.
"Essa festa é maravilhosa. Estamos muito orgulhosos de realizar
um Carnaval brasileiro aqui", disse James Quinlan, coordenador de
Eventos Especiais da prefeitura.
Também chamado de "The Brazilian Extravaganza", o Carnabeach recebeu ainda a adesão dos
proprietários de bares e restaurantes da Ocean Drive. Eles enviaram
carta à Prefeitura de Miami elogiando a festa. Por causa do Carnaval, segundo eles, o faturamento
cresceu em torno de 30%.
Outro elogio veio da polícia de
Miami. Os policiais ficaram impressionados com o fato de não ter
havido uma única ocorrência policial em toda a área do Carnabeach.
Nos dois dias de festa, pelo menos
30 mil pessoas brincaram ali.
O Carnaval atraiu a atenção de
gravadoras. Alexandre Catenas,
diretor de Marketing da Poligram
na América Latina, acha que agora
ficou mais fácil fazer um trabalho
de divulgação de bandas brasileiras em rádios dos EUA e do Caribe.
Os organizadores do Carnabeach querem infiltrar artistas
americanos no Carnaval brasileiro. Um dos alvos é a cantora de origem cubana Gloria Estephan. Ela
será convidada a subir em um trio
elétrico no Brasil e em Miami.
Em seu primeiro ano, o Carnabeach contou quase exclusivamente com brasileiros, principalmente nos blocos. A maioria dos
americanos preferiu participar do
"Carnaval pipoca" -pessoas
que pulam atrás dos trios elétricos.
O Carnabeach de 98 será nos dias
11, 12 e 13 de julho e maior que o
deste ano -deve ter entre 3 e 4
trios elétricos. Neste ano foram
dois -Chiclete com Banana e
Timbalada. É o Tchan, de Carla
Perez, também participou.
Na beira da praia
Ao contrário do Brasil, o Carnaval fora de época de Miami não foi
realizado nas ruas, sobre o asfalto.
O "corredor da folia", nome
dado à fila dupla de arquibancadas
e camarotes por onde passam trios
elétricos e foliões, foi montado na
areia, quase na beira da praia.
O motivo foi evitar transtornos e
prejuízos aos prédios art déco da
Ocean Drive. Alguns foliões se
queixaram de cansaço por pular
na areia. Mas a areia ali é mais dura
que a das praias brasileiras.
Ao final de dois dias de Carnabeach, a versão americana do Carnaval elétrico brasileiro acabou
agradando aos organizadores.
"Gostei muito da idéia do Carnaval na praia", disse Ronaldo
Maiorana, da Bis Promoções.
Na beira da praia, segundo
Maiorana, há mais espaço para a
montagem de barracas e de todo o
serviço de infra-estrutura. O Carnaval próximo ao mar também
amenizou o calor de quase 40øC.
Emanuel Neri viajou a convite da Siriguela, da
Bis Promoções e da Vasp
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