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POR DENTRO DO CARNABEACH
'Eu tô maluco!' vira coqueluche da festa
do enviado especial a Miami
"Ah! Eu tô maluco!", o grito de
guerra dos funkeiros do Brasil
adotado pelos foliões de Miami, foi
o que mais intrigou os americanos
que assistiam ao Carnabeach. Para
os brasileiros, era difícil explicar o
exato significado da expressão.
"I'm crazy", a primeira resposta ensaiada pelos brasileiros, não
satisfazia a curiosidade dos americanos. "Crazy" -louco em inglês- não era a tradução exata para a voz dos bailes funk exportada
para o Carnaval de Miami.
Excentricidades como essa acabaram por chamar a atenção dos
americanos. A alegria de grupos
que batucavam ao longo da Ocean
Drive também era motivo de curiosidade. O Brasil tomou conta da
orla próxima à Ocean Drive.
Quem não era brasileiro lançava
mão de algum detalhe para lembrar o Brasil. Garçonetes usavam
laços verde e amarelo nos cabelos.
Uma arara decorava um café da região. Muita gente usava a camiseta
da seleção brasileira de futebol.
O Ceará contribuiu para aumentar o clima de festa tipicamente
brasileira. Nos dois dias do Carnaval, o Estado distribuiu 20.000 chapéus de palha e 10.000 lenços verdes com letras amarelas.
Praticamente todas as pessoas
que passavam pela Ocean Drive,
um dos pontos mais movimentados de Miami, usavam o chapéu e
o lenço do Ceará. Bandeiras brasileiras e camisetas com motivos do
país também eram vendidas ali.
Na beira da praia, havia um mercado de produtos brasileiros: acarajés, bolas de futebol, churrasquinho no espeto, cerveja e guaraná.
No início da festa, houve dúvidas
sobre seu êxito. "Micou a festinha.
Basta olhar nos portões", dizia
Sérgio Koffes, presidente da Federação do Comércio de Brasília.
O clima de fracasso ficou ainda
pior quando uma chuva forte desabou sobre Miami. Relâmpagos e
trovões assustavam músicos que
estavam nos trios elétricos. A chuva diminuiu, e o clima do Carnaval
tomou conta da praia.
(EMANUEL NERI)
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