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Fortes usavam óleo de baleia
especial para a Folha
Os fortes coloniais brasileiros
eram feitos de pedra ou de uma
mistura que podia incluir desde
terra ou areia até cal e óleo de baleia. Portanto, não pegavam fogo
se atacados com balas esféricas de
ferro disparadas de canhões com
alcance máximo de 2 km. Já os navios de madeira da época, com velas de lona e carregamento de pólvora, eram altamente inflamáveis.
Em terra, mas não no mar, é possível usar uma arma poderosa,
desde que preparada: as balas podem ser aquecidas em fornalhas e
disparadas ainda incandescentes.
Isso mostra como era difícil atacar um forte desses, vindo do mar.
"As lições da guerra provam que
as chamadas defesas de costa quase que invariavelmente capitulam
como resultado de ataque por terra", escreveu um especialista no tema, sir George Sydenham Clarke.
Carnificina
O maior inimigo dos navios é o
fogo, por isso a frota deve evitar ficar trocando tiros com os fortes. Se
não pegam fogo, os navios à vela
eram extremamente resistentes às
balas de ferro maciço. Segundo o
historiador John Keegan, as batalhas navais da época eram decididas mais pela morte dos marinheiros numa carnificina do que pelo
afundamento de navios.
No Brasil, as técnicas européias
de fazer a guerra tinham de sofrer
adaptações locais devido à exiguidade de recursos e ao ambiente físico original. Durante as guerras
com os holandeses no século 17
surgiu o conceito de "guerra brasílica", por exemplo.
Técnica mista
Segundo o historiador Adler Homero Fonseca de Castro, era "uma
maneira de se combater específica,
com o emprego de técnicas indígenas enfatizando a mobilidade, o
uso de armas primitivas e o combate em formações abertas".
Castro diz ainda que "isto combinado a uma tecnologia européia
de construção de fortificações, artilharia e armas de fogo leva ao
aparecimento de uma "simbiose',
envolvendo o uso de pequenos efetivos (considerando-se apenas europeus ou soldados incorporados
à estrutura oficial) em unidades
bem móveis, apoiada em fortificações temporárias".
Esse tipo de guerra lembra a
guerrilha moderna. "Técnicas
complexas, como o ataque metódico a fortificações e a construção
de fortes passageiros, são empregadas como técnicas da guerra
brasílica, junto com a mobilidade
das forças, tudo sempre tendo em
vista a negação do uso, porém não
necessariamente da posse do território ao inimigo", diz Castro.
(RBN)
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