São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2004

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PEDRA RARA

Jordânia luta contra medo de turistas ocidentais

DA REDAÇÃO

A Jordânia é uma espécie de primo pobre no turismo do Oriente Médio. Recentemente, ao anunciar o plano que irá reger o setor no país, uma das metas do Ministério do Turismo era justamente sair dessa posição.
E tudo corria bem. Em julho, a ministra do Turismo, Alia Bouran, afirmou ao jornal "Arab News" que esperava um impulso de US$ 1 bilhão na indústria do turismo jordaniano neste ano.
O otimismo de Bouran pode ser atribuído à projeção de 2 milhões de visitantes em 2004. Até 2010, a estimativa é que 12 milhões de turistas passem por lá, gerando uma renda de US$ 5,6 bilhões.
Tal projeção soava otimista para um país que convive com altos e baixos, dada a instabilidade de sua imagem no exterior. Porém no primeiro semestre do ano, a Jordânia registrou um aumento de 30% no fluxo de turistas em relação ao mesmo período de 2003.
Mas, em 7 de outubro deste mês, atentados terroristas em três localidades de veraneio na península do Sinai, no Egito, país com o qual a Jordânia faz fronteira, deixaram 35 mortos.
Embora o setor turístico ainda não tenha sentido impacto nos negócios, já se sabe que o temor de novos atentados deverá derrubar o número de visitantes estimados para a Jordânia, fazendo despencar o fluxo de turistas dos EUA e da Europa ao país.
Isso já havia ocorrido após o 11 de Setembro. Ultimamente, os europeus ainda eram encontrados, mas os norte-americanos desapareceram. Por outro lado, o aumento de visitantes árabes reduziu o impacto negativo no setor, compensando, de certa forma, os efeitos da guerra contra o terrorismo e das operações militares no Iraque.
Mas nem o fluxo de árabes tem salvado o turismo na Jordânia, que amarga há dez anos o pior lugar no ranking de receptivo de turistas entre seus vizinhos.
Segundo a Organização Mundial de Turismo, nove dos 30 países emergentes no setor estão no Oriente Médio. A Jordânia não está na lista. O turismo no país registrou 5,8% de aumento entre 1995 e 2002. A média mundial foi de 7%, e a do Oriente Médio, 12%.

Experiência irlandesa
O plano lançado neste ano, batizado de Estratégia Nacional para o Turismo, busca "reverter os anos de uma performance abaixo da esperada e desenvolver um turismo competitivo".
O irlandês Matt McNulty, ex-diretor do Escritório de Turismo Irlandês, trabalhou com o Conselho Nacional de Turismo da Jordânia para formular a nova estratégia.
O plano foi baseado na experiência irlandesa de recuperação do turismo depois da crise política na Irlanda do Norte nos anos 1980. O país viu o fluxo de visitantes dobrar ano a ano durante um período de cinco anos.
Para ele, a Jordânia deve fortalecer os esforços de propaganda -promovendo-se como destino seguro-, encorajar o desenvolvimento de produtos e a competitividade, desenvolver os recursos humanos e regulamentar o setor.
Na questão dos recursos humanos, o plano visa mudar o fato de que dois terços dos que trabalham com turismo não têm habilidade ou experiência para suas funções.
O orçamento do Jordan Tourism Board (JTB) será de US$ 11,3 milhões neste ano, US$ 4,2 milhões a mais que em 2003.


Com agências internacionais


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