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PATAGÔNIA ARGENTINA
Animais marinhos são a atração de Puerto Madryn
Pinguim-tatu cava ninho
no chão e vive sob 30 graus
DA ENVIADA ESPECIAL À PATAGÔNIA
Calor? Deserto? Pinguins? Se
você é daquelas pessoas que sempre associam o pinguim com neve
e frio, certamente não conhece
Puerto Madryn e a região norte da
Patagônia Atlântica.
É sob um calor de 30C que
mais de 50 mil pinguins da espécie Magalhães da "pinguinera" de
San Lorenzo, em Punta Norte, na
península Valdés, caminham elegantemente e surpreendem os turistas que visitam o local -sempre em grupos com número restrito de participantes e na companhia de um biólogo.
Essas aves não vivem sob geleiras, muito menos próximo ao
mar. Em uma região de clima árido e vegetação agreste, os pinguins cavam seus ninhos como
tatus e são encontrados a até cinco quilômetros da costa.
"Durante o período de reprodução, os machos brigam pelos lugares mais seguros. Normalmente cavam seus ninhos perto de um
arbusto. Como a região é árida,
muitas vezes os ninhos ficam distantes do mar", explica a bióloga
espanhola Elisa San Martin, que
trabalha como voluntária durante
três meses do ano na região.
Puerto Madryn, na Província de
Chubut, é uma cidade tranquila,
de mar azul e praias de areia escura. É o principal destino para
quem está interessado na fauna
patagônica. Centenas de aves e
mamíferos marinhos são o principal atrativo da região.
A geografia ajuda. A península
Valdés forma dois golfos: o San
José e o Nuevo -paraísos para a
reprodução desses animais.
Declarada Patrimônio Natural
da Humanidade em 99 pela Unesco, a península Valdés ainda abriga lobos-marinhos, elefantes-marinhos, guanacos, maras (espécie
de coelho selvagem), raposas e
ñandúes (espécie de avestruz).
Dentre todos os passeios, a observação das baleias é o mais fascinante e procurado.
É entre os meses de maio e dezembro que elas são mais facilmente encontradas -nesse período é possível vê-las da costa.
A espécie mais comum é a baleia franca austral, que pode chegar a 20 metros de comprimento e
40 toneladas. Sempre em pares
-mãe e filhote-, durante esse
período do ano é também possível avistar orcas no norte da península (Punta Norte).
O espetáculo também é propiciado por um acidente geográfico:
a calheta Valdés, que forma uma
espécie de lago. Como se alimentam de lobos-marinhos, que têm
colônia na região, as orcas -únicas capazes de tirar o corpo para
fora da água- entram na calheta
para se alimentar.
(MR)
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