São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2001

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PATAGÔNIA ARGENTINA
Animais marinhos são a atração de Puerto Madryn
Pinguim-tatu cava ninho no chão e vive sob 30 graus

DA ENVIADA ESPECIAL À PATAGÔNIA

Calor? Deserto? Pinguins? Se você é daquelas pessoas que sempre associam o pinguim com neve e frio, certamente não conhece Puerto Madryn e a região norte da Patagônia Atlântica.
É sob um calor de 30C que mais de 50 mil pinguins da espécie Magalhães da "pinguinera" de San Lorenzo, em Punta Norte, na península Valdés, caminham elegantemente e surpreendem os turistas que visitam o local -sempre em grupos com número restrito de participantes e na companhia de um biólogo.
Essas aves não vivem sob geleiras, muito menos próximo ao mar. Em uma região de clima árido e vegetação agreste, os pinguins cavam seus ninhos como tatus e são encontrados a até cinco quilômetros da costa.
"Durante o período de reprodução, os machos brigam pelos lugares mais seguros. Normalmente cavam seus ninhos perto de um arbusto. Como a região é árida, muitas vezes os ninhos ficam distantes do mar", explica a bióloga espanhola Elisa San Martin, que trabalha como voluntária durante três meses do ano na região.
Puerto Madryn, na Província de Chubut, é uma cidade tranquila, de mar azul e praias de areia escura. É o principal destino para quem está interessado na fauna patagônica. Centenas de aves e mamíferos marinhos são o principal atrativo da região.
A geografia ajuda. A península Valdés forma dois golfos: o San José e o Nuevo -paraísos para a reprodução desses animais.
Declarada Patrimônio Natural da Humanidade em 99 pela Unesco, a península Valdés ainda abriga lobos-marinhos, elefantes-marinhos, guanacos, maras (espécie de coelho selvagem), raposas e ñandúes (espécie de avestruz).
Dentre todos os passeios, a observação das baleias é o mais fascinante e procurado.
É entre os meses de maio e dezembro que elas são mais facilmente encontradas -nesse período é possível vê-las da costa.
A espécie mais comum é a baleia franca austral, que pode chegar a 20 metros de comprimento e 40 toneladas. Sempre em pares -mãe e filhote-, durante esse período do ano é também possível avistar orcas no norte da península (Punta Norte).
O espetáculo também é propiciado por um acidente geográfico: a calheta Valdés, que forma uma espécie de lago. Como se alimentam de lobos-marinhos, que têm colônia na região, as orcas -únicas capazes de tirar o corpo para fora da água- entram na calheta para se alimentar. (MR)



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