São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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Esculturas satirizam religiosos em Plasencia

DO ENVIADO ESPECIAL

A catedral de Plasencia dá uma aula de arquitetura. A parte mais antiga foi erguida nos séculos 13 e 14 -grandes obras demoravam para ser terminadas na Idade Média. Depois, grudada a ela, foi construída a catedral Nova, já em estilo renascentista. Mas o mais curioso nela são as esculturas em madeira no coro, a "sillería", os assentos para nobres e religiosos.
As esculturas e os relevos são obras de Rodrigo Alemán, um artista judeu que aproveitou para retratar os sacerdotes cristãos de forma arrasadora.
Supostamente são alegorias, mas às vezes Alemán pegava pesado, como em um relevo que mostra um porco reclamando do cheiro que sai do traseiro de um religioso.
Como não poderia deixar de ser nessa região de fronteira, Plasencia também tem um grande conjunto de arquitetura militar, com muralhas sólidas reforçadas por torres circulares.
Da arquitetura civil destaca-se o palácio dos Marqueses de Mirabel, em frente ao qual está uma simpática fonte com um globo de pedra, mais exatamente na forma de uma esfera armilar.
O que não falta na Extremadura são fontes. A região é rica em água, e romanos e árabes sempre prezaram as fontes. É possível encontrar chafarizes de todos os tamanhos, dentro de hotéis, em pátios, em praças públicas, com estátuas ou com meras bicas.
Ao lado do palácio fica o Parador de Plasencia, outro local em que o turista pode voltar ao passado se hospedando ali. Ele fica no antigo convento de Santo Domingo, fundado no século 15 e de estilo gótico. Os quartos são apropriadamente chamados de celas.
Pedras e granitos trabalhados em forma de igrejas, palácios e castelos podem ser considerados a grande atração da Extremadura.
Mas a região também tem paisagens naturais atraentes, que podem ser desde cerejeiras carregadas do vale do rio Jerte a parques naturais como o de Monfragüe.
Sua fauna e flora não são tão exuberantes para aqueles acostumados com os exageros do mundo tropical, de um Pantanal ou de uma Amazônia. Mas conhecê-lo vale justamente para estabelecer o contraste. (RBN)


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