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Museu mostra como os indígenas produziam os ornamentos de ouro
DO ENVIADO ESPECIAL
O Museu do Ouro é uma ótima
oportunidade para o turista conhecer a chamada era pré-colombiana, ou seja, o que era a Colômbia antes da chegada dos espanhóis. O seu acervo reúne 33,6 mil
peças de ouro e 16 mil de cerâmica, todas produzidas antes do século 16.
O ouro era abundante no noroeste da América do Sul, e os indígenas o utilizavam para as mais
diversas finalidades. Estima-se
que um terço do metal existente
no mundo atualmente tenha saído das Américas.
Quando os espanhóis colonizaram a Colômbia, levaram para a
metrópole todo o ouro que encontraram no território.
Porém, depois da independência e sobretudo a partir do início
do século 20, os agricultores passaram a encontrar com frequência peças de ouro que haviam sido
enterradas pelos indígenas.
Interessados em trocá-las por
dinheiro, procuravam o Banco de
la República, o banco central colombiano, que tem agências espalhadas por todo o país.
Em 1939, o banco inaugurou
um pequeno museu com as primeiras peças adquiridas dos lavradores e iniciou campanhas para incentivar as pessoas a vender
as peças, chegando a pagar por
elas três vezes o valor do ouro que
continham. Em 1969 foi construído um prédio apenas para abrigar
o museu. Até hoje chegam novas
peças com frequência.
Estrutura
O museu tem dois pavimentos.
O primeiro é um andar didático,
onde o turista recebe explicações
sobre a forma de manuseio do ouro e a utilidade que os indígenas
davam às peças. No andar superior todas elas estão expostas.
O método mais comum de manuseio do ouro era a partir de um
molde de cera, que começou a ser
utilizado em 1500 a.C.
Os indígenas faziam com cera a
peça que queriam ver em ouro e
depois cobriam o modelo com
barro. Então esquentavam o barro para a cera derreter e sair por
um orifício e, finalmente, jogavam ouro líquido no local, transformado em molde. Para finalizar, era só quebrar o barro e a peça estava pronta.
Os "poporos", peças comuns no
museu, eram utilizados para
guardar a farinha da casca dos caracóis, que os indígenas utilizavam para mascar junto com as folhas de coca. Elas serviam para
equilibrar o pH da mistura, pois a
folha é extremamente ácida e a
casca dos caracóis, feita de cal,
bastante alcalina. A coca somente
era utilizada em dias de festa e em
cerimônias religiosas.
Também há muitas rãs de ouro
no museu. Segundo a cultura indígena colombiana, a rã é o símbolo da sexualidade feminina. O
conceito existe até hoje, sendo comum uma mulher ganhar de presente de seu namorado ou marido
broches e brincos em forma de rã.
Também simbolizava a sexualidade feminina um tipo específico
de caracol, em forma de espiral.
O museu ainda acolhe dezenas
de adornos de ouro, como peitorais, coroas, narigueiras, brincos,
colares, braceletes e tornozeleiras.
Quando morriam, os indígenas
eram enterrados com todos os
seus adornos, razão pela qual
acredita-se que muitas peças ainda serão encontradas.
(RC)
Museu do Ouro - Funciona de terça a
domingo, das 9h às 16h30. Ingressos:
2.700 pesos colombianos (adultos) e
1.350 pesos colombianos (crianças). Aos
domingos, 50% de desconto para adultos e ingressos a 250 pesos colombianos
para crianças. US$ 1 equivale a cerca de
2.300 pesos colombianos.
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