São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2001

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Museu mostra como os indígenas produziam os ornamentos de ouro

DO ENVIADO ESPECIAL

O Museu do Ouro é uma ótima oportunidade para o turista conhecer a chamada era pré-colombiana, ou seja, o que era a Colômbia antes da chegada dos espanhóis. O seu acervo reúne 33,6 mil peças de ouro e 16 mil de cerâmica, todas produzidas antes do século 16.
O ouro era abundante no noroeste da América do Sul, e os indígenas o utilizavam para as mais diversas finalidades. Estima-se que um terço do metal existente no mundo atualmente tenha saído das Américas.
Quando os espanhóis colonizaram a Colômbia, levaram para a metrópole todo o ouro que encontraram no território.
Porém, depois da independência e sobretudo a partir do início do século 20, os agricultores passaram a encontrar com frequência peças de ouro que haviam sido enterradas pelos indígenas.
Interessados em trocá-las por dinheiro, procuravam o Banco de la República, o banco central colombiano, que tem agências espalhadas por todo o país.
Em 1939, o banco inaugurou um pequeno museu com as primeiras peças adquiridas dos lavradores e iniciou campanhas para incentivar as pessoas a vender as peças, chegando a pagar por elas três vezes o valor do ouro que continham. Em 1969 foi construído um prédio apenas para abrigar o museu. Até hoje chegam novas peças com frequência.

Estrutura
O museu tem dois pavimentos. O primeiro é um andar didático, onde o turista recebe explicações sobre a forma de manuseio do ouro e a utilidade que os indígenas davam às peças. No andar superior todas elas estão expostas.
O método mais comum de manuseio do ouro era a partir de um molde de cera, que começou a ser utilizado em 1500 a.C.
Os indígenas faziam com cera a peça que queriam ver em ouro e depois cobriam o modelo com barro. Então esquentavam o barro para a cera derreter e sair por um orifício e, finalmente, jogavam ouro líquido no local, transformado em molde. Para finalizar, era só quebrar o barro e a peça estava pronta.
Os "poporos", peças comuns no museu, eram utilizados para guardar a farinha da casca dos caracóis, que os indígenas utilizavam para mascar junto com as folhas de coca. Elas serviam para equilibrar o pH da mistura, pois a folha é extremamente ácida e a casca dos caracóis, feita de cal, bastante alcalina. A coca somente era utilizada em dias de festa e em cerimônias religiosas.
Também há muitas rãs de ouro no museu. Segundo a cultura indígena colombiana, a rã é o símbolo da sexualidade feminina. O conceito existe até hoje, sendo comum uma mulher ganhar de presente de seu namorado ou marido broches e brincos em forma de rã. Também simbolizava a sexualidade feminina um tipo específico de caracol, em forma de espiral.
O museu ainda acolhe dezenas de adornos de ouro, como peitorais, coroas, narigueiras, brincos, colares, braceletes e tornozeleiras.
Quando morriam, os indígenas eram enterrados com todos os seus adornos, razão pela qual acredita-se que muitas peças ainda serão encontradas. (RC)


Museu do Ouro - Funciona de terça a domingo, das 9h às 16h30. Ingressos: 2.700 pesos colombianos (adultos) e 1.350 pesos colombianos (crianças). Aos domingos, 50% de desconto para adultos e ingressos a 250 pesos colombianos para crianças. US$ 1 equivale a cerca de 2.300 pesos colombianos.



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