VINÍCIUS PRECIOSO
enviado especial a Chillán

Casacos, luvas, botas, filtro solar, maiôs e chinelos. A estranha combinação não pode faltar na mala de quem vai passar uma temporada no hotel Termas de Chillán (pronuncia-se Tchidjan), a 480 km ao sul de Santiago, capital do Chile.
Isso porque, além de ser uma estação de esqui, com pistas que chegam a 2.700 metros de altura, o local também abriga um spa termal, onde são feitas massagens e tratamentos alternativos.
As roupas de banho também são usadas nas várias piscinas do hotel, com águas aquecidas por um vulcão inativo. Como a temperatura dos tanques varia de 34C a 36C, os hóspedes nadam ao ar livre, com a neve a menos de um metro da borda.
Se o tempo ajudar, também é possível entrar na piscina com a neve caindo, já que a água não congela. A dica é se informar antes sobre a temperatura do tanque com as funcionárias do spa. Se está nevando, pode haver problema nos canos que trazem o líquido e ele pode esfriar um pouco.
Apesar de ser filtrada, a água mantém um tom acinzentado, devido às cinzas do vulcão. Por isso não é recomendável ingerir o líquido nem abrir os olhos embaixo da água.
O hotel também não aconselha os hóspedes a permanecer por mais de 30 minutos na piscina. Como a água quente é vasodilatadora, ela pode baixar a pressão sanguínea.

Hotéis
Termas de Chillán, na verdade, é um complexo com dois hotéis e seis edifícios de apartamentos, que podem ser comprados ou alugados pelos visitantes.
O Gran Hotel Chillán foi construído há dois anos e é classificado como cinco estrelas. Além do spa termal e das piscinas, ele possui dois restaurantes, um bar, uma loja, saunas, sala de jogos, academia, quadra de squash, um espaço de convivência e área de recreação para crianças.
O ambiente não segue o padrão dos grandes hotéis norte-americanos, com carpetes coloridos e papéis de parede. A pintura e a decoração têm cores claras, e grandes janelas garantem a iluminação natural. Escadas, colunas e batentes de madeira dão ao local um tom meio rústico.
Os três elevadores, dois na recepção e um terceiro no spa, são panorâmicos, com vista para o bosque no centro do complexo e com uma montanha ao fundo.

Restaurantes
Os dois restaurantes têm ambientes opostos. Enquanto o maior, o Shangri-lá, é claro e serve vários pratos, o El Montañez aposta na iluminação com luz de velas, oferecendo carnes e fondues. No primeiro, as sugestões são os peixes e as empanadas, muito comuns no Chile.
O outro hotel, chamado Pirigallo, é bem menor que o primeiro e tem três estrelas. Ele também possui uma loja, monitores para as crianças, restaurante e piscinas.
Cada edifício possui uma locadora de equipamentos de esqui. Assim, é possível sair esquiando do hotel até o primeiro teleférico.