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centro-oeste
DO JAPÃO Sobá, massa ensopada servida com omelete, carne e cebolinha, foi introduzida pelos imigrantes japoneses vindos de Okinawa e virou prato típico
Macarrão oriental leva população a feira noturna
DA ENVIADA ESPECIAL A CAMPO GRANDE (MS)
O ambiente é abafado e ruidoso, a noite é quente, e todos
brilham de suor. Diante de cada
pessoa, uma cuia de macarrão
ensopado fumegante. Com as
primeiras garfadas, o calor só
faz aumentar. Programa de índio? Quase. Programa de campo-grandense.
Pode parecer ruim, mas não
é. Comer sobá na Feira Central
é divertido e curioso.
Curioso porque tudo isso se
dá à noite. A feira até funciona
de dia, mas é vazia, grande parte das barracas abre com o cair
da tarde. À noite, fica lotada. O
motivo é um só: o calor, amenizado quando o sol sai de cena.
Ela fica fechada apenas às segundas e às quintas, dia de fazer
faxina. De sexta a domingo, vai
madrugada adentro; é possível
comer um reconfortante sobá
às 4h. Divertido porque todo
mundo da cidade está lá. É uma
espécie de pré-balada, balada e
pós-balada.
O sobá é servido em barracas
nas duas laterais da feira. O macarrão artesanal ensopado coberto com punhados de omelete cortado em fatias finas, carne
e cebolinha vem nas porções
pequena (R$ 7), média (R$ 8) e
grande (R$ 9). A pequena vai
bem para uma pessoa com apetite regular. Comilões se fartam
com a média. E glutões conseguem encarar a grande.
Introduzido no cardápio da
cidade pela colônia japonesa, o
sobá é originalmente feito com
carne de porco -de fato a melhor opção. Mas as barracas
servem a variação com carne
bovina, amada e idolatrada pela
maioria campo-grandense.
A melhor barraca de sobá é a
da Amélia. Mas há outras tantas muito boas. A dica dos locais
para decidir onde comer é simples: vá nas mais cheias.
O cardápio das barracas não
se restringe ao sobá. Há também yakissoba e espetinhos,
que podem ser de contrafilé ou
de filé mignon. Esses vêm
acompanhados de mandioca
cozida. A porção é de, em média, sete pedaços de carne. Os
pedaços são maiores do que
aqueles dos espetinhos de madeira. Os garçons das barracas
servem três pedaços da carne e
devolvem o espeto para a churrasqueira, para que a carne se
mantenha quente. Um discreto
sinal do cliente, e ele volta com
os outros quatro pedaços de
carne quentinhos.
Acostumados com o calor, os
locais ficam à mesa tomando
cerveja e conversando. Quem
vem de lugares mais frescos pode se incomodar com o ambiente abafado e quente.
A via principal da feira, uma
rua asfaltada, é cercada por
barracas de feira regulares, que
vendem legumes e frutas, e por
aquelas dos japoneses -a
maior parte da imigração japonesa em Campo Grande é de
Okinawa-, que vendem tofu,
gengibre e outros ingredientes
cultivados por eles na região.
Há barracas de suco e de doce. Ao final da avenida, a feira
fica mais larga e, nessa área, ficam as barracas de artesanato e
bugigangas. O estacionamento
custa R$ 2.
(HELOISA LUPINACCI)
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