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Paladar é premiado com cardápio de chef
DO ENVIADO ESPECIAL
O restaurante Boeuf d'Argent pode ser ótimo, mas ainda
há degraus acima no mundo da
alta culinária. O mais próximo
está localizado no número 6 da
mesma rua du Boeuf, na Velha
Lyon. É o restaurante do sofisticado hotel La Cour des Loges
(www.courdesloges.com), onde há quartos cuja diária varia
de 200 a 520 (um deles imita o ateliê de um pintor).
O Les Loges é capitaneado
por Nicolas Le Bec, que recebeu o título de chef do ano do
guia "Gault & Millau" em 2002.
Ali, o cardápio de degustação
gira perto dos 100 por pessoa
(quase R$ 400).
A diferença entre o chef premiado e outro qualquer é que o
menu do primeiro não se resume à comida. Apresentação,
serviço, ambiente, tudo conta
para quem não leva a conta em
conta. Assim, no Les Loges, você pode receber um prato gigantesco, de 30 cm de diâmetro, com uma ostra. Claro que a
ostra não vem sozinha: nada
num sutil creme de pepino.
Outras atrações são o foie
gras, o peixe estilo oriental e
um frango com purê de batatas
(incrível como um purê pode
ser tão diferente de outro...).
Como sobremesa, ovo com
creme de chocolate e bandeja
de doces. Depois, doces de chocolate ou sorvete com frutas.
Os pães são atração à parte na
França. De diversos tipos, simples ou recheados com cebolas,
alho ou azeitonas. E, no caso do
Les Loges, a manteiga caseira é
tão boa que o cliente precisa se
policiar para dar espaço aos
quitutes vindouros.
Em lugares assim, a presença
do chef no salão é mais difícil.
Se você disser ao maître que
quer parabenizá-lo, é provável
que ele apareça, mas também é
possível levar um fora.
Para chegar a esse nível de estrelato, Nicolas le Bec, de 30
anos, estuda gastronomia desde os 16. Declarou-se surpreso
ao receber o prêmio de chef do
ano, "já que há aqueles que trabalham por estrelas, e há aqueles que trabalham para os clientes", diz, situando-se no segundo grupo. "E trabalhar para o
cliente", diz Le Bec, "é adaptar
os pratos às exigências locais".
Ele cuida de nove restaurantes
da rede Compagnie des Hotels
de Montagne (www.c-h-m.com), cozinhando de forma diferente em cada casa.
"Em Lyon, por exemplo, as
pessoas são mais ativas e estressadas do que nos hotéis das
estações de esqui. Assim, faço
pratos mais leves em Lyon, enquanto quem passa dez dias esquiando precisa comer mais."
Le Bec esteve no Brasil, onde
fez demonstração no hotel
Maksoud Plaza, em São Paulo,
há dez anos. Do país, lembra da
variedade de legumes e frutas.
"Viagens assim são importantes: não sigo ninguém, não tenho ídolo gastronômico nem
família com tradição, minha
inspiração vem toda das viagens pelo mundo."
(IF)
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