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Região, que tem os melhores vinhos do sul da França, abriga universidade que forma enólogos e oferece cursos ao turista
Enófilo se esbalda à beira do rio Ródano
DO ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA
Para quem aprecia vinho de
qualidade superior, viajar a qualquer região da França é um prazer
e, na região de Ródano-Alpes, é
possível apreciar o melhor da vitivinicultura do sul do país.
Côte-du-Rhone é a denominação genérica para todos os vinhos
da região do rio Ródano, sejam
eles tintos ou brancos.
Para degustá-los, convém visitar pelo menos uma das centenas
de caves espalhadas pela região,
listadas no site www.vins-rhone.com, no qual há diversos endereços e roteiros de produtores.
Especialistas na terminologia
digna de um Baco sóbrio descrevem os vinhos tintos do Ródano
como "de sabor intenso e concentrado". Os melhores são "profundos e longos", semelhantes a alguns dos famosos da região de
Bordeaux. As uvas utilizadas são
basicamente duas: a syrah, no
norte, e a grenache, no sul. Os preços podem variar de 4 a 40.
Uma forma diferente de experimentar um Côte-du-Rhone é visitar a Universidade do Vinho. Ela
funciona no castelo Suze-La-Rousse, do século 12, num vilarejo
de mesmo nome localizado ao sul
de Lyon (que fica a cerca de duas
horas de carro), no Departamento de Drôme.
Ali são ministrados cursos para
estudantes do mundo inteiro, que
ficam até oito meses hospedados
no castelo ou no vilarejo para ganhar um diploma. Há sempre 120
estudantes no local.
"Na França, o trabalho de um
enólogo é tão importante que seu
diploma tem o mesmo peso do de
um cientista ou de um médico",
garante Jacques Avril, responsável pela programação da escola.
"A diferença entre o sommelier
e o enólogo é que o primeiro está
próximo do consumidor e o segundo, do produtor", ensina.
"O sommelier conhece a geografia vinícola, sabe que ligação
cada vinho tem com cada tipo de
comida e trabalha administrando
caves ou num restaurante. Já o
enólogo é o profissional que domina a arte da fermentação."
A grande gafe é chamar um
enólogo de enófilo, este último o
amante do vinho sem diploma.
"Eles ficam furiosos", diz.
O enólogo Laurent Martinez,
professor da universidade, explica as dificuldades que o leigo enfrenta para entender do assunto.
"De nossos cinco sentidos, usamos basicamente três na degustação: o paladar, o tato e o olfato.
Mas esses três juntos correspondem a apenas 5% do que usamos
normalmente, enquanto a audição é responsável por 25% e a visão, por 70%."
"Nas degustações, usamos copos escuros, para que a visão não
atrapalhe. E tem gente que confunde vinho branco com tinto",
diz Martinez, desconsolado.
Para o turista interessado, o melhor é estar em grupo, pois os cursos ou degustações que levam um
único dia têm preço fixo, partindo
de 895.
Com oito pessoas, a visitação fica cara, mas um grupo de 30 vai
pagar o mesmo, diminuindo bastante o valor individual.
A programação das atividades
oferecidas pela universidade pode
ser pesquisada no seu site: www.universite-du-vin.com.
(IVAN FINOTTI)
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