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SITCOMS
Distantes do auge, atores de cinema como Bette Midler, Gabriel Byrne, Geena Davis e John Goodman recorrem à televisão para dar novo alento a suas carreiras
Exceção é o ascendente diretor James Cameron ("Titanic'), que estréia na TV como criador e produtor da ficção científica "Dark Angel"
Seriados inflam "bolas murchas" de Hollywood
Divulgação
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Bette Midler no centro do elenco do sitcom "Bette" |
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
É A VELHA troca de favores. O ator
de cinema já não se encontra exatamente no auge, precisa aparecer mais e
sabe que, sem estar na TV, ninguém é
muita coisa em Hollywood hoje. Já a TV
gosta de ganhar "substância" ao dizer
que sua série será "estrelada" por um
ator de cinema.
Nunca esse escambo esteve tão evidente quanto na temporada de outono da televisão dos EUA, que tem suas principais
estréias acontecendo a partir de hoje e
nos próximos 30 dias. Entre os astros especialmente convidados que ganham séries estão Bette Midler, Gabriel Byrne,
Geena Davis e o diretor James Cameron.
Midler e Cameron são os únicos virgens
na área, mas Byrne e Davis só estiveram
regularmente na TV antes da fama.
"É um trabalho duro", disse na semana
passada Gabriel Byrne, em entrevista coletiva. "São páginas e páginas de roteiro
para decorar em pouco tempo." Comparada ao cinema, a TV "é tão honrada
quanto". Seu sitcom (comédia de costumes), "Madigan Men", estréia na ABC
no dia 6. Byrne é um arquiteto recém-divorciado que vive em Nova York com
seu filho adolescente e seu pai irlandês.
Na sua esteira vem a oscarizada Geena
Davis ("O Turista Acidental", "Thelma
& Louise"), que ganha um programa
com seu nome, no qual vive uma executiva independente que se envolve com
um pai de dois filhos e se muda para a casa deles (ABC, dia 10). A atriz já havia trabalhado em duas séries de TV antes,
"Buffalo Bill" (1983) e "Sara" (1985).
"Desta vez, eu gosto da complexidade de
meu personagem", disse ela.
Já Bette Midler até hoje só tinha feito
aparições em séries alheias ("Os Simpsons", "Seinfeld", "The Nanny"), na
maioria das vezes como Bette Midler.
Consequência natural, ganha uma série
com seu nome e parodiando sua vida
("Bette", CBS, dia 11) -único dos novos
seriados com estréia agendada no Brasil,
em novembro, na Sony. Assim como
Byrne e Davis, a carreira dela não está,
digamos, no ponto mais alto. Aos 54, seu
último filme a fazer sucesso tem mais de
dez anos e entre os últimos que protagonizou estão os medianos "O Clube das
Desquitadas" e "Guerra dos Sexos".
Não é o caso do diretor James Cameron, em irresistível ascensão depois do
übersucesso "Titanic" e já um grande
nome desde "O Exterminador do Futuro". Ele estréia na TV com "Dark Angel"
(Fox, dia 3). Cameron volta ao assunto
de que tanto gosta: ficção científica. "Mas
não aquela ficção científica tradicional,
de robôs e naves espaciais", disse. Criador e produtor-executivo da série, dirige
também o primeiro episódio.
A volta de Kramer
Entre as novidades do meio televisivo
propriamente dito, uma das mais aguardadas é a estréia do programa "Michael
Richards". Para quem não ligou o nome
à pessoa, Richards foi por nove anos
Cosmo Kramer, o vizinho esquisitão de
"Seinfeld", um dos maiores sucessos da
TV. Desde que o show acabou, em 1998,
ele e Jason Alexander (o atarracado e esquentado George) estão desenvolvendo
suas próprias séries na NBC. A de Richards mostra as trapalhadas do detetive
Vic Nardozza. Como a expectativa é
grande por motivos óbvios, o piloto já foi
refeito três vezes -e continua não agradando totalmente. Agora, a emissora optou por não mexer mais até a estréia, dia
24, para ver o que acontece.
Outra é a volta de John Goodman a
uma série regular. O gordo e grande ator
de "Barton Fink" e "Os Flintstones" foi
por anos o marido de Roseanne na chatíssima série homônima. Agora, ganhou
seu próprio veículo em "Normal, Ohio",
que estréia dia 1º de novembro na Fox.
Ele é um pai de família que se descobre
gay depois de velho e muda-se para sua
cidade natal (Normal, em Ohio).
A emissora aproveita a onda favorável
às temáticas gays que fez com que "Will
and Grace" estivesse constantemente entre os cinco programas mais vistos da última temporada. Tal sucesso fez ainda
com que a NBC tirasse "Will" das noites
de terça e passasse para as 21h de quinta a
partir de agora.
O sitcom e a série dramática são para
os Estados Unidos o que a telenovela é
para o Brasil. Passam no horário nobre
da TV (entre 20h e 22h), de segunda a segunda, sendo quinta-feira e domingo os
dias principais de audiência.
Um programa líder de audiência nesses horários atinge em média 30 milhões
de espectadores. Na última temporada,
"Friends", exibido pela NBC às 20h das
quintas-feiras, foi o campeão absoluto.
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