São Paulo, domingo, 02 de julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INFANTIL

Stênio Garcia tenta agradar às crianças com "Capitão Sardinha"

ALEXANDRE MARON
DA SUCURSAL DO RIO

O ATOR Stênio Garcia, 68, não se cansa de experimentar. Já foi o Aleijadinho no especial "Poema Barroco", o caminhoneiro Bino do seriado "Carga Pesada", um dos três maridos no filme "Eu, Tu, Eles", de Andrucha Waddington, e, a partir do segundo semestre, o personagem-título do infantil "Capitão Sardinha", criado por Cao Hamburger.
A série vai ocupar parte das manhãs da Rede Globo, mas ainda não tem data definida para estrear.
Leia a seguir trechos da entrevista com o ator, que afirma estar esperando ansiosamente a estréia do programa para conhecer a reação das crianças.

Como surgiu a idéia de fazer "Capitão Sardinha"?
Foi perfeito para comemorar os meus 40 anos de carreira. Tive de buscar um tipo de comportamento de representação novo, porque eu nunca havia trabalhado para crianças. Fiz participações em programas do Renato Aragão, da Xuxa e do Chico Anysio, mas nunca encabecei um programa. Quando fui chamado, disse: "Topo. Vamos, porque vai ser novo para mim. Quero experimentar essa história de trabalhar para criança".

Como é esse personagem?
O Capitão Sardinha é inspirado no Dom Quixote, é um grande aventureiro. Ele tem um pouco dos grandes navegadores, o gosto pela aventura, a obstinação. Cabral e Colombo foram os Sardinhas de seu tempo.

Como será a série?
A Globo tem um arquivo de imagens submarinas gravadas pelo mergulhador Lawrence Wahba e está aproveitando isso com uma história que amarra tudo. E esses dois personagens, o Sardinha e seu assistente, o Pimenta, uma versão de Sancho Pança feita pelo Cássio Scapin, mostram a fauna marinha em locais como Galápagos ou Fernando de Noronha.

Já foram gravados quantos episódios?
Até o começo de julho, deveremos ter gravado 39 episódios. Vamos parar e esperar a estréia para sentir a reação do público. O projeto prevê 140 episódios.

É difícil trabalhar para crianças?
Sob a orientação do diretor Ulysses Cruz, estamos fugindo da representação debilóide, que trata a criança como se ela não entendesse as coisas. Ela entende. O roteiro nos faz ter um comportamento infantil, mais sonhador, essa coisa interessantíssima de um cara criar um submarino com peças de sucata e viajar com ele pelo pelo mundo.

Mudando de assunto, e a volta do seriado "Carga Pesada"? Ainda há chance de o projeto ser implementado?
Ainda se pensa nisso. Eu e o Antônio Fagundes, que fazia o Pedro na série, gostamos da idéia. Mas era um projeto do Paulo Ubiratan e, com a morte dele, ficou meio órfão. O Boni diz que "Carga" foi um dos grandes projetos dele na Globo. Estamos aguardando. A gente quer muito, porque foi um período marcante. Nós atuávamos e também escrevíamos episódios. Dos 54, eu devo ter escrito uns oito, e o Fagundes, uns dez.

Quais são seus personagens favoritos?
Há diversos personagens dos quais gosto muito, mas há um que considero especial e que criou o meu prestígio aqui na Globo. Foi um "Caso Especial", com apenas 50 minutos, chamado "Poema Barroco", sobre a história do Aleijadinho. Mas o que eu digo, até para me motivar, é que o melhor personagem é sempre o que estou fazendo no momento.



Texto Anterior: Férias começam com novos desenhos na Globo e na Record
Próximo Texto: TV 50 anos: "O Sítio" levou à TV o mundo de Lobato
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.