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INFANTIL
Stênio Garcia tenta agradar às crianças com "Capitão Sardinha"
ALEXANDRE MARON
DA SUCURSAL DO RIO
O ATOR Stênio Garcia, 68, não se
cansa de experimentar. Já foi o
Aleijadinho no especial "Poema Barroco", o caminhoneiro Bino do seriado
"Carga Pesada", um dos três maridos no
filme "Eu, Tu, Eles", de Andrucha Waddington, e, a partir do segundo semestre,
o personagem-título do infantil "Capitão
Sardinha", criado por Cao Hamburger.
A série vai ocupar parte das manhãs da
Rede Globo, mas ainda não tem data definida para estrear.
Leia a seguir trechos da entrevista com
o ator, que afirma estar esperando ansiosamente a estréia do programa para conhecer a reação das crianças.
Como surgiu a idéia de fazer "Capitão
Sardinha"?
Foi perfeito para comemorar os meus
40 anos de carreira. Tive de buscar um tipo de comportamento de representação
novo, porque eu nunca havia trabalhado
para crianças. Fiz participações em programas do Renato Aragão, da Xuxa e do
Chico Anysio, mas nunca encabecei um
programa. Quando fui chamado, disse:
"Topo. Vamos, porque vai ser novo para
mim. Quero experimentar essa história
de trabalhar para criança".
Como é esse personagem?
O Capitão Sardinha é inspirado no
Dom Quixote, é um grande aventureiro.
Ele tem um pouco dos grandes navegadores, o gosto pela aventura, a obstinação. Cabral e Colombo foram os Sardinhas de seu tempo.
Como será a série?
A Globo tem um arquivo de imagens
submarinas gravadas pelo mergulhador
Lawrence Wahba e está aproveitando isso com uma história que amarra tudo. E
esses dois personagens, o Sardinha e seu
assistente, o Pimenta, uma versão de
Sancho Pança feita pelo Cássio Scapin,
mostram a fauna marinha em locais como Galápagos ou Fernando de Noronha.
Já foram gravados quantos episódios?
Até o começo de julho, deveremos ter
gravado 39 episódios. Vamos parar e esperar a estréia para sentir a reação do público. O projeto prevê 140 episódios.
É difícil trabalhar para crianças?
Sob a orientação do diretor Ulysses
Cruz, estamos fugindo da representação
debilóide, que trata a criança como se ela
não entendesse as coisas. Ela entende. O
roteiro nos faz ter um comportamento
infantil, mais sonhador, essa coisa interessantíssima de um cara criar um submarino com peças de sucata e viajar com
ele pelo pelo mundo.
Mudando de assunto, e a volta do seriado "Carga Pesada"? Ainda há chance de o
projeto ser implementado?
Ainda se pensa nisso. Eu e o Antônio
Fagundes, que fazia o Pedro na série,
gostamos da idéia. Mas era um projeto
do Paulo Ubiratan e, com a morte dele,
ficou meio órfão. O Boni diz que "Carga"
foi um dos grandes projetos dele na Globo. Estamos aguardando. A gente quer
muito, porque foi um período marcante.
Nós atuávamos e também escrevíamos
episódios. Dos 54, eu devo ter escrito uns
oito, e o Fagundes, uns dez.
Quais são seus personagens favoritos?
Há diversos personagens dos quais
gosto muito, mas há um que considero
especial e que criou o meu prestígio aqui
na Globo. Foi um "Caso Especial", com
apenas 50 minutos, chamado "Poema
Barroco", sobre a história do Aleijadinho. Mas o que eu digo, até para me motivar, é que o melhor personagem é sempre o que estou fazendo no momento.
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