São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2000


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PERFIL / VIRGINIA NOWIC
No ar há mais de dez anos, Virginia Nowicki já fez de tudo um pouco. De garota-propaganda das lojas Marisa a repórter do "Você Decide", passou por emissoras como a TV Cultura, a Manchete e o SBT. Há quase um ano, ela comanda o "Zapping", na Record, agora em novo horário: sexta-feira, às 23h. Se no início da carreira, seu sonho era ser atriz, hoje Virginia se classifica como comunicadora. "É o que sei fazer de melhor", afirma.

"Descobri que sou uma comunicadora"

ERIKA SALLUM
DA REPORTAGEM LOCAL

Por que o "Zapping", que era exibido aos sábados, às 22h, foi para a sexta-feira, às 23h? Não é um horário meio ingrato?
A gente já estava a fim de mudar para um dia de semana, para não ficar concorrendo com o "Zorra Total" e outros humorísticos. Estávamos indo bem de audiência, dando oito pontos no Ibope (cada ponto equivale a cerca de 80 mil telespectadores na Grande São Paulo), mas achávamos que dava para melhorar. Foi então que a direção da Record encomendou uma pesquisa, e ficou explícito que muita gente gostava do programa, mas, por causa do horário, não conseguia assistir. Quanto a ser transmitido às 23h, não sei se será bacana ou não. Nem sempre podemos escolher tudo, né?
E o programa vai sofrer mudanças por causa do novo horário?
Não apenas por causa do horário. O programa já vem sendo modificado, está amadurecendo, o que é natural por já estar no ar há quase um ano. Demos uma mudada nas vinhetas e temos novos quadros, como o da metamorfose, onde a gente transforma um artista, e ele vai para a rua para ver a reação do público. A última convidada foi a Sabrina, da MTV, que fantasiamos de Mortícia Addams.
Às vezes o programa não repete muito os convidados? O cantor Daniel é um exemplo, já apareceu diversas vezes...
Isso é muito normal, já que temos vários quadros. Podemos fazer o lançamento do disco do Daniel um dia e, alguns programas depois, promover um encontro dele com uma fã, que é o quadro que dá mais ibope. Mas não exibimos um mesmo artista tantas vezes assim. Nosso objetivo é jogar um olhar diferente sobre as coisas, dar um outro tratamento. Não apenas convidar determinada personalidade, mas ter como pano de fundo atividades para ela se envolver. Não tem muito como fugir, mas não queremos ser iguais a todo mundo. Na época em que lançam discos, os artistas vão a todos os programas mesmo.
Você já tem bastante experiência na TV. Por quantas emissoras já passou?
Na verdade, tudo começou a dar certo quando fiz a campanha das lojas Marisa. Foram dois anos no ar com aquela gerente faladeira, com um comercial de um minuto por semana. Aí fiz algumas participações no "Rá-Tim-Bum" (não era castelo ainda), na Cultura. Em seguida fui para o SBT, onde protagonizei um seriado, o "Alô, Doçura", com o Walter Avancini. Embora sofrida, aprendi muito com essa experiência, porque o Avancini apenas coordenava o núcleo, e a direção ficava nas mãos de uma pessoa que talvez não fosse tão capacitada. Também no SBT apresentei, no início dos anos 90, o "Musidisc", aos sábados à tarde. Trabalhei ainda na Globo e na Manchete, comandando o "Domingo Total".
E como foi sua fase na Globo?
Fiquei na Globo uns seis anos. Comecei fazendo uma campanha publicitária ao vivo no "Domingão do Faustão", por causa dessa minha coisa de boa vendedora, né? Eu invadia a casa das pessoas e abria a despensa procurando produtos com a marca do anunciante. Foi uma porta de entrada para a Globo, pois dali fui para o "Você Decide". Fiquei no programa três anos, visitando uma praça a cada semana, tudo ao vivo. Foi o máximo, mas, após um tempo, achava aquilo um pouco limitado. Queria ter o meu programa e, na Globo, isso era difícil.
Qual a diferença de trabalhar em uma emissora menor como a Record, onde não há a mesma infra-estrutura que na Globo?
Tudo depende da sua trajetória. Em uma emissora menor, você bota realmente a mão na massa e tem uma liberdade que não é possível na Globo. Lá você é apenas apresentadora, nem vê o editor. As pessoas ficam achando que a Globo é tudo, mas existem possibilidades em outros lugares.
E seu sonho de ser atriz?
Na Globo, ninguém nunca me viu como atriz, mas como uma apresentadora, apesar de eu ter feito alguns trabalhos, como a minissérie "Decadência". Na época fiquei mal, porque o que eu queria mesmo era atuar. Mas de repente descobri que sou uma comunicadora e estou feliz assim. Tenho muito o que aprender, mas já sei que esse é o meu caminho.
Você ainda frequenta a Igreja Renascer em Cristo?
Não. É um assunto delicado porque, naquele tempo, todo mundo me tachou de religiosa. Há dez anos, a Renascer era uma comunidade pequena, de 30 pessoas, nada a ver com o que é hoje. Foi uma descoberta espiritual, mas, depois, não senti mais a necessidade de ter uma igreja. Amadureci e descobri que não sou uma pessoa religiosa, mas com fé.



BLITZ
Nome: Virginia Nowicki Nader
Idade: "Acabei de fazer aniversário, não é uma boa hora para falar disso"
Estado civil: Casada há sete meses
No ar com: "Zapping" (sextas-feiras, às 23h, na Record)
Comunicador favorito: "Silvio Santos é show, o melhor"




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