|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEM-TELA 1
Emissora vai reformular o jornalístico; Goulart de Andrade alega "cansaço"
"Repórter Record" muda; Goulart sai
FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O BORDÃO "vem comigo" não vai
mais ser ouvido nas noites de sexta
da Rede Record. Na semana passada,
Goulart de Andrade, 67, e a emissora
romperam contrato de execução do "Repórter Record" pela produtora que leva o
nome do jornalista.
A rescisão prevê mais quatro programas, em elaboração pela equipe de Goulart, e encerra a colaboração um ano antes do firmado (junho de 2001).
Goulart diz já ter cumprido seu dever.
"Minha missão era implantar e dar continuidade a um programa similar ao
"Globo Repórter", do qual sou um dos
fundadores. Acho que eles (a Record) devem continuar com o programa, já que é
do tipo que interessa a qualquer emissora, pois é um jornalismo verticalizado."
De fato, o programa continua. "Mas o
formato será repensado", diz Luiz Gonzaga Mineiro, diretor de jornalismo da
Record. Ele explica que o rompimento
do contrato é parte de uma nova política
da rede de eliminar terceirizações.
Tal estratégia já aparece, por exemplo,
em "Marcas da Paixão", novela que a
emissora estreou na última segunda-feira e que reativa o núcleo de dramaturgia
da emissora.
O processo visa "maior controle sobre
o processo produtivo, mais qualidade do
produto e melhor controle de custos",
segundo Mineiro. "Não que o produto
que Goulart oferecia fosse de baixa qualidade", explica, mas, em sua opinião, o
primeiro programa feito somente pela
equipe do canal já traz o "diferencial de
qualidade" pretendido.
A reportagem, que foi ao ar na última
sexta, apresentada por Goulart, foi realizada na Europa por Patrícia Buriker e falou da polêmica em torno do papa Pio 12,
que teria colaborado com Hitler.
Goulart, no entanto, coloca como causa do fim de sua participação ter "cansado do formato". "Estou há muito tempo
na televisão para ficar repetindo."
Mas a repetição não o entedia quando
o assunto é o "Comando da Madrugada". Aos 42 anos de carreira -praticamente metade dedicada ao "Comando",
que começou na Globo, em 78- , ele diz
que gostaria de voltar à transmissão que
fez seu nome e à qual, crê, sua imagem
está indissociavelmente ligada.
"Acho que o mercado pode receber hoje esse tipo de produto, com outro formato. Isso na Record não dá, porque
após a meia-noite o horário é da Igreja
(Universal do Reino de Deus)."
Ele reforça sua vontade de levar o programa para outra emissora. "As pessoas
que conheceram o programa me cobram
isso. Eu também me prefiro mais solto.
Mas só buscando fora quando você percebe que os comandos estão tomados."
Uma proposta que o apresentador espera emplacar em outro canal é um "talk
show". "Acho que a Record não quis o
"talk show" por falta de grade. Sem falsa
modéstia, eu me considero um dos melhores entrevistadores da televisão."
Marcus Aragão, diretor de programação da emissora, diz que não houve negociação formal. Aragão afirma que só
tocou nesse assunto "há muito tempo".
"Ele propôs um "talk show", mas nós temos um, que é o do Boris Casoy. No meu
entender, não cabe outro, por mais que o
ingrediente seja diferente."
Texto Anterior: MTV arma pagode acústico no Municipal Próximo Texto: Band interrompe "Aventuras de Tiazinha" Índice
|