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É FANTÁSTICO!
Mágicos gaúchos fazem Mister M sumir e acham isso inacreditável
LÉO GERCHMANN
em Porto Alegre
De uma das avenidas
mais movimentadas do
centro de Porto Alegre, em
uma minúscula loja localizada embaixo de um viaduto e especializada em jogos e brincadeiras de mágica, saiu a força misteriosa
que há um mês fez com que
a Rede Globo tirasse do ar
os quadros estrelados pelo
mágico Mister M dentro do
programa "Fantástico".
Em um determinado
momento, quatro ilusionistas, reunidos na Tony
Mágicas, a loja 14 do viaduto Otávio Rocha, deram
vazão à sua revolta e fundaram a Associação dos
Mágicos Gaúchos Vítimas
do Programa Fantástico.
Foi o primeiro passo. Em
seguida, contrataram um
escritório de advocacia. Os
advogados então conseguiram uma liminar que
impede a apresentação do
"Mister M" com seus
quadros semanais revelando como são feitos os truques de ilusionismo.
"Derrotar a Rede Globo
foi uma verdadeira mágica", afirma o vice-presidente da associação, Paulo
Roberto Martins, 50, o mágico Tio Tony.
Animador de festas, promotor de cursos sobre mágica e dono da pequena loja que serve como sede da
associação, Tony estufa o
peito para relatar o feito,
conseguido junto com os
colegas Vitor Hugo Cardia,
50, José Benedito Galdieri,
58, e Sérgio Schneider, 50.
"O direito de expressão
termina quando há abuso
de um direito. A Globo ignorou uma profissão. Não
enganamos ninguém, fazemos arte cênica. A essência
do nosso trabalho é o mistério. Querem terminar
com o lúdico", diz Tony.
Durante seus shows, agora Tony ouve vaias e xingamentos de crianças que,
pela TV, passaram a conhecer os truques.
A associação define o
quadro apresentado desde
dezembro por Mister M no
"Fantástico" como "violação de sigilo profissional" que "destrói o mistério da magia".
A juíza Gisele Picos concordou. "Havia perigo de
demora e dano ao direito.
O mágico vive desses truques. Havia risco de perda
de interesse por parte do
público. O risco de prejuízo era sério", disse ela,
justificando a liminar que
concedeu e deu início à
proibição do quadro.
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