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Maria Fernanda Cândido consegue um papel de destaque na
próxima novela das oito da Globo, "Terra Nostra", e é comparada à
italiana Sophia Loren pelo autor da trama, Benedito Ruy Barbosa
Bella Donna
Divulgação
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Maria Fernanda caracterizada como a imigrante italiana Paola |
ANDRÉA DE LIMA
da Reportagem Local
A atriz Maria Fernanda Cândido,
25, é a nossa Sophia Loren. O atributo alusivo à atriz italiana foi feito
pelo escritor Benedito Ruy Barbosa, autor da próxima novela das oito da Globo, "Terra Nostra".
Na trama, Maria Fernanda interpreta uma mulher igualmente italiana que imigrou para o Brasil no
final do século 19 para trabalhar
como camponesa em uma fazenda
de café no interior de São Paulo.
"Tenho apenas ascendência italiana. É meio chata essa coisa de ser
comparada com alguém. Mas, sendo a Sophia Loren, uma mulher
linda, e essa atribuição ter vindo do
Benedito (Ruy Barbosa)...É o melhor elogio que alguém pode receber", afirmou a atriz, lisonjeada.
Descoberta
Maria Fernanda foi descoberta
por uma produtora de moda, aos
14 anos. "Era uma vizinha de São
Paulo, para onde havia me mudado aos 12. Morei na Casa Verde
(zona norte)".
Com 1m77 e grandes olhos verdes agateados, ela começou a trabalhar como modelo profissional,
em 89. Fez editoriais de moda, capa
de revistas e campanhas para grifes
famosas.
"Fui para Paris aos 15 anos. Fiquei lá trabalhando como modelo
durante as minhas férias escolares.
Como meus irmãos, Carina e José
Eduardo, hoje com 20 e 15 anos,
respectivamente", conta a atriz,
que aos 18 foi morar por seis meses
em Nova York (EUA).
Em 93, antes de retornar ao Brasil, enfrentou nova temporada como modelo na capital francesa.
Prestou vestibular e, em 94, começou a cursar terapia ocupacional
na USP.
"Quando entrei na faculdade, decidi largar a moda. Estudava em
período integral e não trabalhava.
No último semestre, fui convidada
pela Cris Lobo para trabalhar como VJ na MTV, no programa "A
Ilha do Biquíni."
Essa foi sua primeira incursão televisiva. Por isso, explicou, sentiu
necessidade de aprimorar alguns
recursos como voz, postura e conhecimento literário, sobretudo
teatral.
Há dois anos, Maria Fernanda foi
convidada a integrar o elenco da
peça "Anchieta, Nossa História",
de Denise Del Vecchio. Com o grupo, viajou a Portugal.
A exuberância da top model, hoje contratada da agência Ford, lhe
rendeu, em 97, a abertura da novela "A Indomada", de novo no ar, na
sessão vespertina "Vale a Pena Ver
de Novo", da Globo.
Na sequência de imagens computadorizadas do designer Hans
Donner, com um singelo vestido
vermelho e de cabelos soltos, Maria Fernanda corre por um canavial e seu corpo transmuta em fogo, água e pedra.
Outros trabalhos, inclusive com
moda, vieram a partir do desfile no
cenário virtual de "A Indomada".
Nos últimos dois anos, Maria
Fernanda atuou em outras duas telenovelas. Fez uma participação
em "Pérola Negra" (SBT) e a personagem Magali, em "Serras
Azuis" (Bandeirantes).
No final do ano passado, estreou
o curta-metragem de Del Rangel,
"Amor Incondicional". Para ela,
essa foi uma ótima oportunidade
para dar vazão ao encanto pelo cinema. "Também por isso fui estudar formação e interpretação para
cinema."
Maria Fernanda espera que o cinema brasileiro se torne um negócio mais forte e estável. "Quem sabe assim a gente possa fazer coisas
lindas, com talentos que temos, os
mais diversos, de toda natureza,
humano e técnico".
Ela confirmou ter sido convidada
para um longa-metragem, mas
não revelou nomes nem valores.
"Estamos negociando ainda".
A escolha de Maria Fernanda para "Terra Nostra" partiu de uma
iniciativa dela. "Mandei fazer 30 videobooks sobre os meus trabalhos
em moda, cinema e teatro. Fiz um
teste para a novela, e o diretor Jayme Monjardim me escolheu", explicou, sorrindo e se dizendo feliz
com a seleção.
Sobre as expectativas para o futuro, Maria Fernanda não adianta
muito, mas aposta na carreira de
atriz, sem descartar a formação
universitária.
"Ainda nem fui buscar meu diploma. A médio prazo, não me vejo trabalhando como terapeuta
ocupacional. Mas não excluo isso.
Um dia, quero poder usar as possibilidades das artes com crianças
especiais."
Nascida em Londrina e criada
em Curitiba (PR), ela confessa que
morre de saudades da família, que
deixou em São Paulo. Os pais são
comerciantes. Solteira, mora atualmente no Rio.
"Vou vê-los a cada 15 dias. Sou
meio caseira. A minha diversão é ir
ao cinema e dançar de vez em
quando. Faço ginástica e jogo RPG.
Não estou namorando, mas vivendo uma dupla paixão: pela personagem Paola e pelo deslumbramento dela pelo Augusto (personagem de Gabriel Braga Nunes)."
A atriz fez uma declaração de
prosperidade para o Brasil. "É um
sonho: ver o analfabetismo extinto
desse país. O brasileiro merece ter
liberdade e ser tratado com dignidade. Que o meu trabalho possa
contribuir de alguma forma com
isso".
"Terra Nostra"
Segundo Maria Fernanda, seu
personagem na novela, Paola, será
o de uma mulher muito apaixonada. "Vou viver um romance enviesado e vitorioso, num momento de
normas e moral extremamente rígidas", salientou a atriz.
Paola surge como uma italiana
que cruza o Atlântico em um navio
de imigrantes com seus pais. Essa
travessia marítima se dá antes da
vinda dos personagens centrais,
igualmente italianos. Ao chegar no
novo mundo, sua família vai trabalhar na fazenda de café de Altino
(Odilon Wagner), no interior de
São Paulo.
Maria Fernanda disse considerar
seu personagem o de uma mulher
inteligente, que vai lutar para manter sua relação com o amante, o advogado Augusto.
"O Augusto não é um cafajeste.
Nos amamos profundamente,
mesmo ele sendo casado. Naquela
época, as pessoas -homens e mulheres- ficavam doentes de amor,
de paixão", declarou a atriz.
Ela lembra que o pai de Augusto,
o fazendeiro Altino, vai intervir e
conseguir que ele se case com Angélica (Paloma Duarte), para garantir os cafezais das duas famílias.
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