São Paulo, domingo, 23 de julho de 2000


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TV ARCO-ÍRIS

Gays querem mais espaço na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

OS homossexuais querem aparecer na TV, mas sem ser como tema de piada de programas humorísticos de gosto duvidoso e sim em atrações que sejam ou realizadas por eles mesmos ou que exibam temas de seu interesse. É o que diz Anna Braga, do site GLS Planet.
Atualmente, as atrações destinadas aos gays são ínfimas. Às quartas, a Gazeta exibe o "Comando G", edição temática do programa "Comando da Madrugada", de Goulart de Andrade.
A atração abrange clipes, reportagens e imagens de shows. A revista gay "G Magazine" é parceira comercial do programa. "Comando G" é ancorado pelo ator Mateus Carrieri.
Segundo ele, ainda que os gays sejam o público-alvo, "Comando G" traz temas de interesse geral.
"Já exibimos reportagens sobre o MorumbiFashion e trazemos constantemente matérias de cunho científico, como uma que exibimos há duas edições sobre o gene Xq28, que alguns cientistas julgam ser o gene responsável pelo homossexualismo", diz Carrieri.
Enquanto Carrieri fica no estúdio, a drag queen Nanny People faz entrevistas em eventos e em casas noturnas GLS. Uma das próximas atrações que o programa pretende exibir são shows de drag queens.
Segundo Mateus Carrieri, tanto o público como os anunciantes já estão suficientemente maduros para aceitar um programa gay. O ator diz também que não teme ser estigmatizado pela atração.
"O que faço é um trabalho de apresentador. Sou casado, tenho filho e gosto de mulher. Fui lembrado para comandar o programa por ter posado para a "G Magazine'", diz.
No próximo semestre, outra atração destinada à comunidade homossexual deve chegar à TV. O programa ainda não tem título definido, mas já tem um piloto gravado. É dirigido e escrito por Anna Braga e Sônia Alves, autoras do GLS Planet, portal de Internet dedicado ao público gay.
A atração, que terá 30 minutos semanais, está sendo negociada com operadoras de TV paga.
O programa concilia quadros de humor com os atores Leandro Goulart e Mariana Santos, que vivem homossexuais, e enquetes de rua, também realizados pela dupla.
O dado novo do programa é que ele pretende atender aos gays jovens, na faixa dos 20 anos de idade. "É um público bem diferente do formado por homossexuais mais velhos. Eles não carregam a culpa e as amarras dos de mais idade", afirma a diretora Anna Braga.
O custo estimado de cada episódio deve ser de R$ 30 mil. As diretoras pretendem fechar contrato com alguma rede em, no máximo, dois meses. (BG)



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