São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2001 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
À CAÇA DOS ARTISTAS Fãs fazem seu próprio "domingo legal"
RODRIGO DIONISIO DA REPORTAGEM LOCAL
ELES não vão topar tudo por dinheiro nem viver um dia de princesa (ou
príncipe). Mas, aos domingos, deixam a
TV desligada e se dirigem ao SBT. Para a
portaria da emissora, mais exatamente.
Buscam um contato próximo com os
ídolos da programação do canal de Silvio
Santos e seus convidados, que chegam e
saem da sede do SBT à margem da via
Anhanguera, em Osasco (SP).
Mães, adolescentes e até quem há pouco afirmara ter os meninos do KLB como ídolos únicos se espremeram contra a porta do veículo para chegar perto da filha de Zezé di Camargo. Todas as idades Engana-se quem acha que esse "programão" dominical é coisa só de adolescentes (e seus acompanhantes). Há uma presença considerável de donas-de-casa, mães de família, na portaria da emissora. Já o número de homens é quase nulo. "O [cantor sertanejo] Daniel é a minha paixão. Já vim outras vezes para vê-lo e é uma diversão", diz Silvana Godói Garcez, 31. Ela deixou os três filhos em casa, com o marido, para tentar ver seu ídolo. Elisabete Canossa, 42, também queria ver o sertanejo Daniel e o grupo KLB. Ela afirma morar a cinco minutos de caminhada da sede da emissora e ser frequentadora assídua da portaria. Diz ainda que o marido é "liberal" e não se importa com as escapadelas dominicais. "Mas aqui ele não vem, não." Acompanhada pela filha Viviane, 20, foi uma das poucas a não se abalar com a chegada de Wanessa Camargo, mas elogiou a atitude da cantora. "Se tem quem gosta deles aqui, eles devem parar." Quero entrar Claro que algumas pessoas não se contentam simplesmente com o entra-e-sai de celebridades. As amigas Branca Maria, 23, e Lídia Lima, 24, viajaram de ônibus de Belo Horizonte (MG) a São Paulo para tentar participar de algum dos programas realizados ao vivo no SBT. Chegaram à capital paulista no sábado, se hospedaram em um hotel e, domingo, tentavam uma chance na portaria da emissora. "Já ligamos várias vezes e não conseguimos vaga. Achamos que pessoalmente seria mais fácil, mas não funcionou. Agora, volto para casa desiludida e não tenho a menor vontade de tentar de novo", afirmou Branca. Mas, se a possibilidade de não conseguir entrar sem ter combinado a visita antes era grande, por que arriscar? "É uma aventura vir para cá, ter alguma chance de conhecer os estúdios, ver os artistas", responde a mineira. Texto Anterior: Entrevista - Jacinto Figueira Jr.: "A TV do Silvio Santos vai passar a Globo. Logo, logo" Próximo Texto: Assistencialismo é outro atrativo Índice |
|