São Paulo, domingo, 28 de maio de 2000


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Com delicadeza e ironia, "Felicidade" revela o heroísmo cotidiano de uma família tipicamente americana
As três irmãs de Todd Solondz

FÁTIMA GIGLIOTTI
DA REDAÇÃO

PRÊMIO da crítica em Cannes, melhor filme na Mostra Internacional de SãoPaulo e na Semana dos Realizadores do 19º Fantasporto (Festival Internacional de Cinema do Porto). "Felicidade" levou todos em 98. Uma felicidade para o diretor Todd Solondz.
Um desafio para você. Solondz afirmou: "Eu não estou interessado em criar personagens simpáticos. Como cineasta, estou mais engajado em explorar os aspectos de nós mesmos que não são tão aconchegantes". Na verdade, chegam a ser incômodos. Solondz organiza uma teia de relações entre personagens principais e secundários com precisão tal que é impossível não se ligar e querer saber no que vai dar. E que personagens. No eixo principal, as irmãs Trish (Cynthia Stevenson), Helen (Lara Flynn Boyle) e Joy (Jane Adams). A primeira é uma feliz dona-de-casa casada com um terapeuta (Dylan Baker) e mãe de três filhos. Helen é autora bem-sucedida de livros sobre estupro. E Joy é uma hippie tardia, azarada com os homens. Seus pais estão passando por um inesperado processo de separação. Mas isso não é nada perto do que está por vir. Em poucas palavras: o terapeuta é um pedófilo, a escritora sonha em ser "atacada" e a hippie envolve-se com um taxista russo que lhe rouba a casa. Sim, é um petardo dramático. Mas a grande felicidade é acompanhar a delicadeza, a ironia e o talento com os quais Solondz conta as tragédias pessoais de seus personagens e destila veneno sobre o arquétipo da classe média americana mais banal. Sua grande arte é despertar a simpatia por esses pequenos heróis cotidianos, capazes de brindar à felicidade, apesar de tudo. Exemplar.



FELICIDADE
Alpha Filmes
    
(Happiness, EUA, 1998).
Direção: Todd Solondz.
Com Dylan Barker, Cynthia Stevenson, Lara Flynn Boyle, Philip Seymour Hoffman, Ben Gazarra. 134 minutos. Comédia dramática.





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