São José dos Campos, Domingo, 4 de julho de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após 30 edições, governos têm registro escasso sobre o festival

da Folha Vale

O Festival de Inverno de Campos do Jordão completa 30 anos sem ter uma memória com as informações mais importantes de cada edição realizada.
Órgãos ligados direta ou indiretamente à organização do evento, como a Secretaria de Estado da Cultura e a Prefeitura de Campos possuem apenas breves resumos com dados superficiais.
Não há um material oficial com informações como público, atrações presentes, quantidade de bolsistas e investimentos aplicados pelo governo estadual ou pela iniciativa privada.
Dados detalhados sobre a história do evento se resumem à memória de pessoas que participaram e acompanharam a organização do festival.
A secretaria estadual tem apenas números referentes ao período entre 95 e ano passado, quando passaram pelo auditório Cláudio Santoro cerca de 195 mil pessoas.
Uma das dificuldades apontadas para a não existência do público presente ao festival é a realização de algumas apresentações em áreas ao ar livre, em que não são cobrados ingressos. A única cobrança acontece no auditório.
Com exceção da primeira edição, em 70, os festivais até 78 não eram cobrados.
"O que eu sei é da minha memória e de um arquivo de material da época que eu mesmo fiz", disse o ex-diretor do Palácio Boa Vista, Arakaki Masakazu.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que não tem dados sobre os festivais anteriores por ser um evento organizado pelo governo do Estado.
O advogado Pedro Paulo Silva, 61, que já escreveu seis livros sobre Campos, também disse que existe uma dificuldade na obtenção de dados sobre as apresentações.
"Apesar de saber que o auditório tem uma capacidade de 900 pessoas, hoje em dia é complicado até fazer estimativa de público, pois a duração dos festivais era variada em seu início", disse Silva.
O arquivo de fotos também é escasso. "Cedi muitas, principalmente da época mais antiga, à secretaria estadual, e ainda não os tive de volta", afirmou Masakazu.
Entre os acontecimentos curiosos lembrados pelo advogado Pedro Silva em eventos passados, está um ocorrido em 79.
"O então presidente da República, João Figueiredo, estava presente. O governador Paulo Maluf sentou-se ao piano e tocou por alguns segundos, até que bem, arrancando, ao mesmo tempo, aplausos e vaias."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.