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JUSTIÇA
Vereadores teriam assinado irregularmente contrato de R$ 52 mil; processo solicita ainda o bloqueio de bens
Promotor investiga contratos em Cruzeiro
free-lance para a Folha Vale
O Ministério Público de Cruzeiro
pediu na última segunda-feira à
Justiça a abertura de duas ações,
uma civil e outra criminal, contra
os 13 vereadores da Câmara e três
advogados que teriam assinado de
forma irregular um contrato de
prestação de serviço no valor de R$
52 mil, em julho de 97.
As duas ações, com pedido de liminar, foram propostas pelo promotor Flávio Boechat Albernaz e
distribuídas para a 3ª Vara de Cruzeiro. A decisão sobre o pedido da
Promotoria será tomada pela juíza
Elisa Amélia dos Santos. Até ontem, ela ainda não havia se pronunciado sobre o caso.
As duas ações pedem a anulação
de um contrato, assinado sem licitação, entre a Câmara e os advogados José Alves, José Alves Júnior e
Jairo Bessa de Souza.
Eles foram contratados para defender a Câmara em uma ação popular, movida por dois moradores
de Cruzeiro, que pedia a anulação
de um reajuste salarial concedido
pelos vereadores em outubro de 96
para a atual legislatura.
O reajuste elevava os salários para R$ 4.500, mas os autores da ação
popular conseguiram uma liminar
na Justiça, que continua em vigor
até hoje, suspendendo o reajuste
aprovado.
Atualmente, os vereadores recebem R$ 3.200.
O Ministério Público alega que o
contrato não poderia ter sido assinado com dispensa de licitação, já
que não preenchia os requisitos
exigidos pela Lei de Licitações
(8.666/93).
Segundo o promotor, a Câmara
não justificou a dispensa da licitação e o preço do contrato, além de
não ter provado a notória especialização do advogado Jairo Bessa de
Souza.
Souza era procurador jurídico da
Câmara e se aposentou em maio de
97. Logo após, ele foi contratado
para defender os vereadores na
ação popular.
O promotor pede à Justiça que o
contrato seja cancelado e o dinheiro devolvido aos cofres públicos.
Para garantir a devolução, a Promotoria pediu também o bloqueio
dos bens de todos os vereadores
até o cumprimento da sentença.
Outro lado
O vereador Paulo Ferreira (PTB)
disse que só vai se pronunciar sobre o assunto após ser notificado
pela Justiça.
O advogado José Alves, que representa os 13 vereadores, disse
que ainda não recebeu cópia das
denúncias feitas pelo Ministério
Público. "Não posso comentar o
caso porque ainda não sei qual é o
teor da denúncia."
Ele disse que deve falar sobre o
caso na segunda, mas reafirmou
que não havia irregularidade na
dispensa da licitação. O contrato já
foi pago, em cinco parcelas de R$
10.400. O Orçamento da Câmara é
de R$ 180 mil por mês.
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