São José dos Campos, Domingo, 05 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE
Mário Ortiz, prefeito de Taubaté, aponta o atendimento médico como o principal problema da cidade
Atendimento médico é ponto fraco



da Folha Vale

O maior problema enfrentado atualmente pelo município, segundo o próprio prefeito Antonio Mário Ortiz (PTB), é a baixa capacidade de atendimento dos hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde).
"A gente está tentando solucionar o problema da retaguarda dos hospitais do SUS. Achamos que ainda é muito aquém do que o município merece", afirmou.
Taubaté tem dois hospitais conveniados -o Hospital Escola da Unitau (Universidade de Taubaté) e o Hosic (Hospital Santa Isabel de Clínicas).
No Hosic, pacientes passam a noite na fila, uma vez por mês, em busca de uma senha para a realização de exames de eletrocardiograma pelo SUS.
O hospital é o mais problemático porque, segundo o prefeito, atravessa grave crise financeira que o impede de ampliar sua capacidade de atendimento.
O governo estadual avaliou que são necessários R$ 1,2 milhão para recuperar o hospital. "É pouco. Paga umas dívidas emergenciais, mas não tira o hospital do sucateamento", afirma Ortiz.
"É preciso investir mais para que o hospital possa sair da crise com modernização de equipamentos, com possibilidade de adquirir os medicamentos e os materiais necessários", disse.
Ele afirmou que a prefeitura tem se empenhado em buscar uma solução com governos estadual e federal, mas não tem encontrado reciprocidade.
O maior problema é a divisão dos investimentos. O SUS quer entrar com 20% dos investimentos e ter 80% do poder de decisão.
"Isso é um absurdo. Ninguém faz sociedade assim. Se alguns municípios não investem em saúde, Taubaté investe, e muito."
Entre os investimentos apontados pela prefeitura, estão a implantação do Programa de Saúde da Família, que atende 35 mil pessoas, a internação domiciliar e a farmácia comunitária.
A opinião não é compartilhada pela oposição. "A área da saúde piorou muito", diz o ex-prefeito José Bernardo Ortiz (PSDB).
"Há filas de três ou quatro horas nos postos de saúde", disse outro ex-prefeito, Salvador Khuriyeh (PDT).
O vereador Joffre Neto (PT) aponta a falta de ação do Conselho Municipal de Saúde. "O conselho passa meses sem se reunir. Além disso, o presidente é o próprio prefeito", disse.
"Apesar do Programa de Saúde da Família, saúde deixa muito a desejar", afirma o vereador oposicionista Jair Gomes (PDT). "São programas avançados, mas que abrangem um número bem pequeno de pessoas", acredita.
Gomes e outros três vereadores filmaram depoimento de vários moradores com queixas sobre o atendimento na área da saúde.
"Levamos a fita ao prefeito, mas, até agora, nada mudou", disse. (JBS)



Texto Anterior: Qualidade de vida: Nível de vida é acima da média do país
Próximo Texto: Cai a mortalidade infantil
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.