São José dos Campos, Sábado, 11 de setembro de 1999

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MEDO
Para passageiros, pânico foi geral
"Nossa sorte é que o motorista acelerou"

da Folha Vale

O aposentado Orlando Ribeiro da Silva, 68, teve duas costelas quebradas ontem no acidente, mas conseguiu sair andando em busca de socorro.
"Eu estava com muita dor, mas saí em busca da ambulância. Graças a Deus, deu tudo certo", disse o aposentado.
Segundo ele, todos os passageiros foram atirados para fora dos bancos com o choque.
"Houve muito pânico, muita gente gritando. Tinha muitas mulheres e crianças", afirmou.
A aposentada Idalina Rodrigues, 82, disse que não se lembra de nada após o acidente. "Quando eu vi, já estava aqui", disse, enquanto tomava soro ontem no PS.
Ela afirmou que estava com muita dor nas costas e nas pernas. Ela tinha hematomas em várias partes do rosto.
Maria Rosalina da Silva Santos, 32, contou que todos os passageiros gritaram quando o motorista entrou nos trilhos. "Todo mundo viu o trem vindo e gritou para o motorista", disse.
Segundo ela, o motorista acelerou o ônibus para tentar escapar do choque. "A nossa sorte foi que ele acelerou. Se o trem batesse no meio do ônibus, morreria todo mundo", afirmou.
Os perueiros Israel Lopes Dias, 36, e Jorge Santos da Rocha, 37, disseram que levaram cerca de 15 pessoas ao PS.
"O nosso ponto é perto do local do acidente. Corremos lá quando vimos o alvoroço e tiramos muita gente de dentro do ônibus", contou Dias.
"Algumas pessoas gritavam apavoradas", afirmou Rocha. Segundo ele, até o motorista do ônibus estava chorando.
Os dois contam que tiveram que quebrar a porta e vidros do ônibus para poder entrar no veículo e ajudar os passageiros.



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