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SISTEMA CARCERÁRIO 3
Cadeias da região abrigam hoje 586 detentos com sentenças julgadas, contra 682 em Sorocaba
Vale é 2º em número de presos condenados
da Folha Vale
Além de ocupar o primeiro lugar
no Estado em concentração de
presos, o Vale é o segundo em relação a condenados e com a sentença
transitada em julgado, com um total de 586 casos contra 682 em Sorocaba.
Esses presos já deveriam ter sido
transferidos das cadeias públicas
para penitenciárias, o que ainda
não ocorreu em virtude da superlotação. Mesmo com a construção
de novas penitenciárias por parte
do Estado, o problema ainda está
longe de ser resolvido.
"O sistema prisional aqui é uma
bola de neve", afirmou o delegado
regional do Vale do Paraíba e Litoral Norte, Antônio Carlos Gonçalves.
Para o delegado, a maioria das
rebeliões que acontecem na região
são causadas pelos condenados. "É
o condenado que provoca a revolta. O Estado tem de estar cumprindo os direitos do preso."
O delegado-coordenador das
Unidades Carcerárias do Deinter,
José Carneiro de Campos Rolim
Neto, afirmou que tem havido
uma redução gradual de condenados nos últimos meses.
"O Deinter também está fazendo
uma pesquisa para quantificar o
número de rebeliões e tentativas
de fugas em cada uma das regiões
para verificar as prioridades de
transferência de presos."
Rebeliões
Segundo o presidente da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil)
de São José, José Luís Rodrigues
Moutinho, o problema das rebeliões passa pela pressão exercida
pelos condenados somado às condições de superlotação.
"É um problema qualitativo dos
presos perigosos, somado ao problema quantitativo do excesso de
detentos."
Completando uma semana na
direção da Cadeia Pública de São
José, o delegado Gilmar Guarnieri
quer estimular parcerias com a administração municipal e empresas
da região para tentar trazer atividades para o interior do estabelecimento.
A cadeia foi alvo de uma rebelião
há nove dias. Os presos protestaram contra denúncias de pagamento de propina para a conquista
de benefícios. "Quero verificar
com a prefeitura se há possibilidade de instalar salas de aula na cadeia. Temos de arrumar ocupação
para os presos."
Guarnieri está tentando manter
uma reserva de vagas na cadeia para evitar a superlotação e consequentes rebeliões. Com capacidade para 512 presos, o Putim mantém hoje 465 pessoas.
"Temos de conservar uma reserva de vagas no caso de rebeliões em
outros lugares."
Os detentos também estão tentando viabilizar a instalação de
uma fábrica de blocos e uma oficina de silk-screen na cadeia como
forma de redução da pena.
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