São José dos Campos, Sábado, 28 de Julho de 2001

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Sem dinheiro, PCC ameaça líderes

DA REPORTAGEM LOCAL

Diálogos de integrantes do grupo interceptados nas últimas semanas pelas autoridades paulistas indicam que a facção apresenta dificuldade para acessar o dinheiro dos assaltos realizados por seus membros soltos e para fazer os que estão presos depositarem a mensalidade de R$ 25.
Em um diálogo, um dos líderes do PCC, nervoso, indica os presos que não fizeram depósitos obrigatórios numa conta corrente de uma agência no Rio de Janeiro e cobra ação nas ruas de dois comparsas, conhecidos como Lobão e Sebinho -que teriam se envolvido, em abril, no sequestro da médica Eulália Pedrosa Almeida, 44, filha do diretor da Casa de Custódia de Taubaté, Ismael Pedrosa.
Para o promotor Roberto Porto, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que investiga as ramificações do grupo, a falta de dinheiro e de obediência das bases é o ciclo do crime organizado.
"As bases se revoltam contra os desmandos dos líderes e se voltam contra eles. É uma crise organizacional já observada no Comando Vermelho", diz Porto.
A maior parte dos presos não estaria dando dinheiro ao grupo por estar insatisfeita com a gestão de Sombra, marcada por extorsões e violência. Para reassumir o controle da tropa, os outros líderes teriam ordenado sua morte.
No último mês, presos da Casa de Detenção, no Carandiru, voltaram a ser sequestrados. A Folha não conseguiu falar com o diretor do pavilhão 8 da Casa de Detenção. (SC e AS)

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