CHRISTIAN MARRA
free-lance para a Folha

Para não encarecer ainda mais o utilitário esportivo Explorer Limited, a Ford resolveu limitar o desempenho em um patamar suficiente para as necessidades dos aventureiros urbanos. Assim, pôde investir na comodidade dos passageiros.
O objetivo foi atingido: se o assunto é conforto, nada a contestar no Explorer, tal a quantidade de recursos eletrônicos para tornar agradável a vida no habitáculo.
Mas, quando se fala em motor, seu propulsor V8 (oito cilindros em "V") até garante um desempenho compatível com um veículo de duas toneladas, mas fica aquém dos motores oito cilindros dos rivais na praça.
Com seu motor 5.0 de 218 cv (cavalos) e torque (força) de 39,8 kgfm a 3.300 rpm, o V8 da Ford perde, por exemplo, do ML 430 da Mercedes-Benz, que tem propulsor menor (4.3), mas que gera 272 cv. O V8 do Jeep Cherokee produz 220 cv, apesar de ser um 4.7.

Na pista
O teste realizado pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia mostra que a menor potência do motor do Explorer prejudica seu desempenho, perdendo, por exemplo, do Cherokee, testado em novembro do ano passado.
Enquanto o utilitário da Jeep vai de 0 a 100 km/h em 8,46 segundos, o da Ford leva 11,1 segundos. As velocidades máximas declaradas pelas fábricas são de 201 km/h e 185 km/h, respectivamente.
Deve ser levado em conta que o Explorer pesa 2.088 kg, contra 1.873 kg do Cherokee.
Em termos de consumo, o Explorer praticamente empata com o Cherokee: 5,08 km/l na cidade e 7,42 km/l na estrada, contra 4,72 km/l e 7,8 km/l. Por outro lado, o Explorer tem preço mais acessível: com o dólar a R$ 1,77, custa R$ 95.818, enquanto o Cherokee sai por R$ 129,9 mil.
Dirigir o Explorer é mais fácil do que parece. Apesar do peso, as dimensões não são tão grandes. Ele tem 1,76 m de largura -8 cm mais estreito que o Cherokee.
O motorista, porém, deve tomar cuidado em velocidades mais altas. Como em todo utilitário esportivo, a combinação entre pneus altos, suspensão suave e direção hidráulica excessivamente macia torna esse tipo de veículo instável em curvas rápidas.

Comodidade
No quesito conforto, a Ford não mediu esforços no Explorer. O ar-condicionado, por exemplo, possui regulagem digital da temperatura e controle automático das saídas de ar no interior, o que equilibra a temperatura caso alguma parte fique mais exposta ao sol do que outra.
O assento do condutor possui três memórias de regulagem. Ao abrir a porta, ele recua automaticamente para facilitar o acesso.
Outro destaque é o controlador automático de velocidade, cujos acionadores estão posicionados à esquerda do volante.
Um dos botões serve para "travar" o acelerador na velocidade do momento. Outro permite aumentá-la em 1,6 km/h a cada toque, e outro faz retornar à velocidade programada inicialmente. Assim, o motorista pode controlar o carro quase sem usar os pés.
Quem tiver coragem de utilizá-lo na lama não tem o que temer: os pneus grandes e a tração integral permitem enfrentar bem atoleiros e trechos esburacados.
Apenas uma ressalva: como sua altura do chão é relativamente pequena para um utilitário esportivo, o fundo raspa facilmente com o carro carregado.


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