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peças & acessórios
Obrigatório a partir de 2009, rastreador sobe preço de carro
Sistema custa até R$ 2.000, valor que tende a cair, mas que será repassado para cliente; será preciso ativá-lo
JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS
Ainda faltam dois anos para
que todos os automóveis tenham rastreadores. Mas a resolução 245 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) já levanta muitas dúvidas.
Ela diz que um carro -nacional ou importado- só poderá
ser vendido, registrado e licenciado se tiver o dispositivo capaz de rastreá-lo e bloqueá-lo.
O Contran tem até outubro
para divulgar as especificações.
"Atualmente, a tecnologia mais
avançada é o GPS [sistema de
posicionamento global, na sigla
em inglês]. O Contran deve
adotá-lo", prevê o presidente
da Crown Telecom, José Antônio Pereira Júnior.
Teoricamente, o GPS cobre
todo o Mercosul. Ele indica a
latitude e a longitude de onde o
carro está, e o endereço aparece
num mapa na central da empresa que faz o rastreamento.
Aí está outro ponto da resolução: o carro é obrigado a ter o
dispositivo, mas o motorista
não precisa necessariamente
ativá-lo. Hoje, a mensalidade
do serviço chega a R$ 200.
O valor do rastreador, porém,
tende a cair, obedecendo à lei
da oferta e da procura -e a
mensalidade pode até ficar
mais cara. A 3T Systems, por
exemplo, cobra US$ 1.000
(pouco menos de R$ 2.000).
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores), que
é contra a obrigatoriedade, o
custo será repassado ao cliente.
Os Procons (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor)
de São Paulo e do Rio de Janeiro já analisam se há abuso.
Outra pergunta sem resposta
é sobre o local de instalação
-na linha de montagem ou na
revenda- e a localização do
dispositivo no carro. Ela varia
constantemente para que o ladrão não descubra onde está.
"A concessionária precisa saber onde está para fazer a manutenção. Além disso, o manual do proprietário traz a localização de todas as peças", observa Pedro Coli, executivo de
marketing da Ituran do Brasil.
Tentativa frustrada
O crescimento do uso dos
rastreadores foi impulsionado
pelas seguradoras. Como o índice de recuperação é alto
-atinge até 90%-, o risco cai, e
o seguro fica mais barato.
Preocupada com o alto valor
cobrado pela proteção de seus
carros -em especial o Golf-, a
Volkswagen passou a oferecer o
rastreador em toda a sua gama.
A experiência durou 80 dias.
De acordo com a montadora,
o cliente não se interessou pelo
sistema: esperava que 40% dos
rastreadores fossem ativados,
mas só a metade foi. E isso só
ocorreu no eixo Rio-São Paulo.
O presidente da Crown Telecom nota que a proteção em
áreas onde há mais risco trasnfere furtos e roubos: o Rio era a
cidade com o maior índice desses crimes, mas o uso de alarmes e travas deslocou para Porto Alegre os maiores índices.
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