São Paulo, Domingo, 14 de Fevereiro de 1999
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MAREA
Linhas externas das quatro versões são similares
Maiores diferenças ficam sob o capô

da Reportagem Local

A diferença de potência entre as versões SX, de 115 cv, e HLX, de 142 cv, fez pouca diferença tanto na condução urbana quanto no teste feito pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia.
Enquanto o HLX, de 142 cv, foi de 0 a 100 km/h em 9,52, a SX, de 127 cv, precisou de 9,89 segundos.
Das 9 aferições de retomadas de velocidade, a versão menos potente conseguiu 4 vitórias.
Na cidade, essa diferença de potência, apesar de facilmente percebida em "esticadas", não faz muita falta no carregado trânsito urbano.
Principalmente porque a Fiat conseguiu manter o torque do SX bastante elevado: a redução foi de 18,1 kgfm para 17,9 kgfm.
A redução da potência é mais perceptível em altas velocidades. Tanto que a velocidade máxima atingida pelo HLX é de 204 km/h, contra 196 km/h da versão SX.
Para variar a potência em cima do mesmo motor, a Fiat mexeu na injeção eletrônica e, na versão SX, retirou o comando de válvulas variável, que muda o ângulo de abertura das válvulas de admissão de ar conforme a rotação do motor, melhorando o desempenho.

Turbo
O Marea Turbo também utiliza o motor cinco cilindros, mas, com a adição do turbo e de mudanças em componentes como a biela e o pistão, tem 182 cv e 27 kgfm de torque. É a maior potência disponível em um carro nacional, fazendo do Marea Turbo o brasileiro mais veloz: atinge 227 km/h.
Portanto quem tiver R$ 41.748 para comprar um Marea Turbo precisará de juízo para pilotá-lo.
Os números de desempenho do Marea Turbo são de carro esportivo. Dois exemplos: precisou de apenas 8,21 segundos para alcançar os 100 km/h. Para ir dos 80 km/h aos 140 km/h, usou 12,52 segundos, contra 16,09, do SX.
Seu problema aparece com o motor em rotações baixas, situação na qual o Marea Turbo não passa de um pacato sedã familiar.
Quando o ponteiro do conta-giros passa dos 2.500 giros e atinge a faixa de torque máximo (2.750 rpm), o motorista é empurrado contra os confortáveis bancos de couro (opcionais), e o desempenho se transforma por completo.
O perigo é confiar demais no carro e abusar dos próprios limites. O Turbo parece ser capaz de responder a qualquer coisa que o motorista queira fazer. Isso passa uma sensação de segurança excessiva, endossada pelos freios ABS e pelo EBD (corretor de frenagem).
O Turbo consegue manter a trajetória nas frenagens, mas, a 100 km/h, precisou de 57,4 metros para parar. Número apenas razoável.
No visual, o que mais diferencia a versão Turbo das demais são as entradas de ar no capô, que ajudam no resfriamento do motor.
A suavidade e o silêncio são qualidades que o motor do Marea oferece em suas quatro versões. Essas qualidades são obtidas graças à configuração cinco cilindros e à adoção de um eixo contra-rotante, que gira no sentido oposto ao do virabrequim, o eixo do motor.
A suspensão só merece ressalva na versão Turbo, que, por ser esportiva, teve molas e amortecedores recalibrados. Isso deu a estabilidade pretendida, mas deixou o carro um pouco duro ao enfrentar os buracos paulistanos.
O volante possui ótima empunhadura, e o câmbio tem engates precisos. Um defeito é a localização da ignição, que faz com que o motorista raspe a mão no painel. As portas são pesadas e apresentam maçanetas pouco ergonômicas.
(HENRIQUE SKUJIS E GUSTAVO HENRIQUE RUFFO)



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