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MAREA
Linhas externas das quatro versões são similares
Maiores diferenças ficam sob o capô
da Reportagem Local
A diferença de
potência entre
as versões SX, de
115 cv, e HLX, de
142 cv, fez pouca
diferença tanto
na condução urbana quanto no
teste feito pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia.
Enquanto o HLX, de 142 cv, foi de
0 a 100 km/h em 9,52, a SX, de 127
cv, precisou de 9,89 segundos.
Das 9 aferições de retomadas de
velocidade, a versão menos potente conseguiu 4 vitórias.
Na cidade, essa diferença de potência, apesar de facilmente percebida em "esticadas", não faz muita
falta no carregado trânsito urbano.
Principalmente porque a Fiat
conseguiu manter o torque do SX
bastante elevado: a redução foi de
18,1 kgfm para 17,9 kgfm.
A redução da potência é mais
perceptível em altas velocidades.
Tanto que a velocidade máxima
atingida pelo HLX é de 204 km/h,
contra 196 km/h da versão SX.
Para variar a potência em cima
do mesmo motor, a Fiat mexeu na
injeção eletrônica e, na versão SX,
retirou o comando de válvulas variável, que muda o ângulo de abertura das válvulas de admissão de ar
conforme a rotação do motor, melhorando o desempenho.
Turbo
O Marea Turbo também utiliza o
motor cinco cilindros, mas, com a
adição do turbo e de mudanças em
componentes como a biela e o pistão, tem 182 cv e 27 kgfm de torque.
É a maior potência disponível em
um carro nacional, fazendo do Marea Turbo o brasileiro mais veloz:
atinge 227 km/h.
Portanto quem tiver R$ 41.748
para comprar um Marea Turbo
precisará de juízo para pilotá-lo.
Os números de desempenho do
Marea Turbo são de carro esportivo. Dois exemplos: precisou de
apenas 8,21 segundos para alcançar os 100 km/h. Para ir dos 80
km/h aos 140 km/h, usou 12,52 segundos, contra 16,09, do SX.
Seu problema aparece com o motor em rotações baixas, situação na
qual o Marea Turbo não passa de
um pacato sedã familiar.
Quando o ponteiro do conta-giros passa dos 2.500 giros e atinge a
faixa de torque máximo (2.750
rpm), o motorista é empurrado
contra os confortáveis bancos de
couro (opcionais), e o desempenho se transforma por completo.
O perigo é confiar demais no carro e abusar dos próprios limites. O
Turbo parece ser capaz de responder a qualquer coisa que o motorista queira fazer. Isso passa uma
sensação de segurança excessiva,
endossada pelos freios ABS e pelo
EBD (corretor de frenagem).
O Turbo consegue manter a trajetória nas frenagens, mas, a 100
km/h, precisou de 57,4 metros para parar. Número apenas razoável.
No visual, o que mais diferencia a
versão Turbo das demais são as entradas de ar no capô, que ajudam
no resfriamento do motor.
A suavidade e o silêncio são qualidades que o motor do Marea oferece em suas quatro versões. Essas
qualidades são obtidas graças à
configuração cinco cilindros e à
adoção de um eixo contra-rotante,
que gira no sentido oposto ao do
virabrequim, o eixo do motor.
A suspensão só merece ressalva
na versão Turbo, que, por ser esportiva, teve molas e amortecedores recalibrados. Isso deu a estabilidade pretendida, mas deixou o
carro um pouco duro ao enfrentar
os buracos paulistanos.
O volante possui ótima empunhadura, e o câmbio tem engates
precisos. Um defeito é a localização da ignição, que faz com que o
motorista raspe a mão no painel.
As portas são pesadas e apresentam maçanetas pouco ergonômicas.
(HENRIQUE SKUJIS E GUSTAVO HENRIQUE RUFFO)
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