Na pista de teste da Fiat, em Betim (MG), o maior destaque do Marea -seu motor de 1.997,5 centímetros cúbicos, cinco cilindros e 20 válvulas- mostrou muitas virtudes e poucas carências.
A suavidade com que trabalha e o inaudível nível de ruído são os destaques do propulsor, que traz um eixo contra-rotante.
Trata-se de um eixo que gira em sentido oposto ao do motor (virabrequim), neutralizando, ou pelo menos reduzindo, a vibração e o nível de ruído.
A configuração de cinco cilindros também privilegia o conforto e acaba até deixando de lado um pouco da esportividade.
Não que ofereça um desempenho chocho, mas falta aquela explosão que um carro com 142 cv de potência deveria ter.
Em baixa rotação, diferentemente da maioria dos motores multiválvulas, o do Marea é quase impecável. Não foi feita uma avaliação na cidade, mas, aparentemente, o Marea demonstrou força suficiente para o "anda e pára" do trânsito urbano.
A favor do desempenho em baixa rotação, trabalha o comando de válvulas variável, um dispositivo que age mudando o ângulo de abertura das válvulas de admissão de ar. Resultado: 80% do torque máximo, que é de 18,1 kgmf, está disponível logo a 2.000 rpm.

Suspensão
Motorista e passageiros do Fiat Marea estão bem servidos no quesito suspensão. O carro mostrou saber dosar conforto e esportividade. Filtrou os buracos e deu estabilidade em curvas.
Em relação à do modelo europeu, a suspensão do Marea brasileiro precisou ser adaptada devido às esburacadas ruas brasileiras.
Para isso, os testes com o carro no Brasil começaram em 95. Segundo a Fiat, as mudanças foram utilizadas pela Fiat italiana.
Um exemplo de modificação feita foi a calibragem das molas, que, juntamente com a adoção de pneus de perfil mais alto, aumentou em 20 mm a altura do carro.
O câmbio do Marea parece apagar de vez o estigma dos carros Fiat. Tem engates suaves e precisos. Em relação ao europeu, a relação de marchas foi encurtada.
Quanto aos freios, o senão é a ausência do sistema antitravamento ABS como item de série.
O interior do Marea não foge à regra da Fiat. É pratico e espaçoso, apesar de não ostentar muito luxo. Há bom espaço para pessoas altas, e o número de porta-trecos -19, segundo a Fiat- facilita o convívio do motorista com o carro.
O revestimento e o acabamento poderiam receber uma atenção maior da Fiat.
(HENRIQUE SKUJIS)


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