São Paulo, domingo, 27 de setembro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice ITALIANO Carro montado sobre a plataforma do Marea tem motor 1.6 16V de 103 cv e só é disponível com duas portas Bravo é a aposta da Fiat entre os médios
PASQUALE CIPRO NETO enviado especial a Cassino (Itália) O carro da Fiat para a briga com o Astra, o Golf e o Escort é o Bravo. Trata-se de um hatchback, de duas portas, montado sobre a mesma plataforma do Marea. O modelo é produzido na fábrica de Cassino, centro-sul da Itália. A experiência de entrar nessa fábrica, aliás, é impressionante. Na parte de solda e montagem da carroceria, não se vê viva alma. Só robôs. Depois, as pessoas aparecem e tudo volta ao normal. Irmão do Brava -de cinco portas-, o carro será apresentado no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo e deve ser comercializado a partir de dezembro. Motorização O modelo italiano tem 103 cv. Com a tropicalização -adaptação do carro às condições brasileiras-, a fábrica espera obter potência semelhante. O motor, que a Fiat chama de 16V Torque -o mesmo que equipa a família Palio-, é ágil e rápido em baixas ou altas rotações. Como o câmbio da versão brasileira terá relações de marcha mais curtas, seu desempenho deve ser ainda melhor do que o do italiano, já suficientemente nervoso. A dupla Bravo/Brava tem outras diferenças, além do número de portas. O Bravo, nome masculino, tem linhas mais musculosas. Basta notar a saliência que "engorda" a parte inferior da carroceria. De formas arredondadas, bem resolvidas, o carro é muito bonito. Os bancos, envolventes, têm revestimento de bom gosto. Os dianteiros são dotados de interessante sistema de "memória", que registra a posição anterior, quando deslocados para a entrada dos passageiros do banco traseiro. O painel, revestido de plástico macio, é funcional, mas não empolga. Poderia, por exemplo, receber hodômetro digital. Silencioso, o carro tem rodar macio, direção -hidráulica de série- precisa e ótima estabilidade. Tropicalização A Fiat diz que a tropicalização não se limitará ao motor e ao câmbio. Haverá alterações no sistema de refrigeração e na suspensão. O sistema de escapamento será adequado à legislação brasileira de emissão de poluentes. O carro já supera todas as normas européias de segurança que ainda nem entraram em vigor. Lamentavelmente, bolsas infláveis e freios ABS são opcionais. O preço ainda não foi definido, mas a Fiat garante que será o melhor da categoria em termos de custo/benefício. O principal desafio do Bravo será vencer o tolo preconceito que existe hoje contra carros de duas portas (leia texto abaixo). Para o ano que vem, a Fiat promete a versão HGT, esportiva, com o mesmo motor que equipa o Marea, de 142 cavalos. Pasquale Cipro Neto, colunista da Folha, viajou a convite da Fiat. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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