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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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"Componente funciona depois que tudo deu errado"

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quando o assunto é segurança, os itens mais comuns são freios com ABS (impedem o travamento das rodas) e airbags (que não inflam em todas as batidas, já que é preciso uma desaceleração brusca). Mas o motorista deve esquecer a imagem de travesseiro.
Quando há uma batida, diversos sensores eletrônicos espalhados pelo carro detectam um acidente. Eles medem a desaceleração do veículo e em que direção foi a batida. Por isso, em uma lateral, o airbag frontal não irá abrir.
De qualquer forma, fica a dúvida: o que é melhor ter no carro? "Se eu tivesse de optar, ficava com o ABS", diz Roberto Manzini, instrutor de direção preventiva. "O airbag vai funcionar depois que tudo já deu errado", diz. Já para Roberto Scaringella, especialista em segurança no trânsito, os dois são igualmente importantes.
O mercado, porém, parece preferir as bolsas de ar. "O consumidor procura mais airbag que ABS", atesta Ari Kempenich, gerente de produto da linha Chevrolet, sem saber apontar o porquê.
Mas fica claro que modelos com apelo familiar maior saem mais com airbag. Na linha Astra, de 10% a 15% têm o equipamento, percentual que sobe para 40% na Zafira e 65% no Vectra.

Atenção
Já o ABS (do inglês, antilock braking system) faz com que o motorista mantenha o controle do veículo porque as rodas não travam em uma freada brusca -bastante conhecida por quem gosta de abusar da velocidade. Mas é preciso saber usá-lo para que não perca sua finalidade.
Segundo Manzini, proprietário da escola de pilotagem que leva seu nome, 100% dos alunos chegam lá sem esse conhecimento. "Freiam e tiram o pé quando sentem o pedal tremer. Aí batem e dizem que foi falha do ABS."
Para Scaringella, quanto mais recursos o carro tiver, menor o risco de acidentes, mas o mais importante é a responsabilidade de quem assume o volante. "Um motorista cauteloso sem ABS e airbag é melhor do que um desequilibrado com todos os equipamentos", compara ele, que foi fundador da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Quem tem um carro com airbag precisa tomar alguns cuidados para não se machucar quando ele inflar. O primeiro é não dispensar o uso do cinto de segurança -sem ele, o choque contra a bolsa de ar é muito mais forte.
As mãos devem ficar nas posições "dez para as duas" e "15 para as três" -como nos relógios analógicos- para evitar que o motorista se dê um soco quando as bolsas saírem de dentro do volante.
Mulheres grávidas devem manter certa distância do volante para que o airbag não bata diretamente na barriga -e no bebê. Se a direção tiver ajuste de altura, o mais indicado é alinhá-lo com o peito, não com o abdômen. (JAA)

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