|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BAGAGEM [compras mundo afora]
Grife chega em segredo
Sem alarde, Victoria's Secret abre primeira loja no Brasil dentro de free shop em São Paulo para testar o público
Marcelo Justo/Folha Imagem
|
|
Espaço da marca americana no Duty Free de Cumbica tem calcinhas, acessórios e cosméticos; o sutiã, um dos fetiches, não está a venda
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira loja da Victoria's
Secret no Brasil começou a funcionar na surdina, em São Paulo, dentro do Duty Free do aeroporto de Cumbica, há cerca
de três meses. A grife americana, que faz grandes campanhas
publicitárias com top models
vestidas de anjo, deixou a divulgação por conta do boca a boca.
A empresa não comenta, mas
o objetivo é testar o mercado
brasileiro, para depois abrir um
espaço exclusivo, fora do free
shop. A loja de Guarulhos foi a
primeira da grife nesse modelo.
Foram abertos espaços semelhantes nos aeroportos de Nova
York e Buenos Aires.
Por enquanto, só quem chega
de viagem internacional tem
acesso às peças da marca. Só
que os concorridos sutiãs da
grife não estão à venda. Segundo as atendentes, é porque não
há como experimentar naquele
espaço. O Duty Free não informa se terá o produto.
As calcinhas ficam em gavetas, separadas por tamanho (do
PP ao G). Há uma tabela de
conversão de medidas, para
evitar equívocos na hora da
compra rápida, mas a escolha
acaba sendo mais "no olho".
Como a modelagem americana
é maior, as brasileiras, segundo
as vendedoras, em geral pedem
um número menor do que estão acostumadas a usar. As calcinhas de renda e fio dental fazem bastante sucesso. Principalmente quando são os homens que estão comprando.
Para eles, as vendedoras dão
dicas de presentes. Sugerem,
por exemplo, um kit com uma
calcinha (de até US$ 25) dentro
de um porta-níquel (US$ 30).
Além de porta-níquel há chaveiros, carteiras, guarda-chuva,
porta-pílulas, óculos e a coisa
mais cara da loja: uma bolsa de
couro de US$ 350. A peça mais
barata é um gloss de US$ 9.
Na loja há ainda quatro versões de um "perfume íntimo"
cuja única diferença em relação
a qualquer perfume é o fato de
ter sido especialmente testado
para evitar alergia.
Parte do espaço de 80 m2 é
ocupado por uma linha voltada
ao público adolescente. São camisetas, casaquinhos, shorts e
pijamas bem coloridos.
Carro-chefe
Os cosméticos e perfumes,
que já eram vendidos no Duty
Free, continuam sendo o maior
chamariz da marca. A lavanda
Love Spell estava esgotada no
final de uma manhã em que
uma só vendedora já tinha vendido US$ 6.000 em cosméticos.
Elas trabalham dobrado
quando um time de futebol desembarca. Jogadores acabam
com o estoque de hidratante e
body splash, diz a vendedora
Hérika Borges. Preferem os
cremes de pera e o Endless Love (flor de macieira e ylang-ylang). "Acabam com tudo. A
gente não vence de tanto repor."
(MALU TOLEDO)
Texto Anterior: Sacolinha [modinhas, delírios consumistas, escolhas célebres] Próximo Texto: Maria Inês Dolci [defesa do consumidor]: Cartões de dívidas Índice
|