São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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BAGAGEM [compras mundo afora]

Grife chega em segredo

Sem alarde, Victoria's Secret abre primeira loja no Brasil dentro de free shop em São Paulo para testar o público

Marcelo Justo/Folha Imagem
Espaço da marca americana no Duty Free de Cumbica tem calcinhas, acessórios e cosméticos; o sutiã, um dos fetiches, não está a venda

DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira loja da Victoria's Secret no Brasil começou a funcionar na surdina, em São Paulo, dentro do Duty Free do aeroporto de Cumbica, há cerca de três meses. A grife americana, que faz grandes campanhas publicitárias com top models vestidas de anjo, deixou a divulgação por conta do boca a boca.
A empresa não comenta, mas o objetivo é testar o mercado brasileiro, para depois abrir um espaço exclusivo, fora do free shop. A loja de Guarulhos foi a primeira da grife nesse modelo. Foram abertos espaços semelhantes nos aeroportos de Nova York e Buenos Aires.
Por enquanto, só quem chega de viagem internacional tem acesso às peças da marca. Só que os concorridos sutiãs da grife não estão à venda. Segundo as atendentes, é porque não há como experimentar naquele espaço. O Duty Free não informa se terá o produto.
As calcinhas ficam em gavetas, separadas por tamanho (do PP ao G). Há uma tabela de conversão de medidas, para evitar equívocos na hora da compra rápida, mas a escolha acaba sendo mais "no olho". Como a modelagem americana é maior, as brasileiras, segundo as vendedoras, em geral pedem um número menor do que estão acostumadas a usar. As calcinhas de renda e fio dental fazem bastante sucesso. Principalmente quando são os homens que estão comprando.
Para eles, as vendedoras dão dicas de presentes. Sugerem, por exemplo, um kit com uma calcinha (de até US$ 25) dentro de um porta-níquel (US$ 30).
Além de porta-níquel há chaveiros, carteiras, guarda-chuva, porta-pílulas, óculos e a coisa mais cara da loja: uma bolsa de couro de US$ 350. A peça mais barata é um gloss de US$ 9.
Na loja há ainda quatro versões de um "perfume íntimo" cuja única diferença em relação a qualquer perfume é o fato de ter sido especialmente testado para evitar alergia.
Parte do espaço de 80 m2 é ocupado por uma linha voltada ao público adolescente. São camisetas, casaquinhos, shorts e pijamas bem coloridos.

Carro-chefe
Os cosméticos e perfumes, que já eram vendidos no Duty Free, continuam sendo o maior chamariz da marca. A lavanda Love Spell estava esgotada no final de uma manhã em que uma só vendedora já tinha vendido US$ 6.000 em cosméticos.
Elas trabalham dobrado quando um time de futebol desembarca. Jogadores acabam com o estoque de hidratante e body splash, diz a vendedora Hérika Borges. Preferem os cremes de pera e o Endless Love (flor de macieira e ylang-ylang). "Acabam com tudo. A gente não vence de tanto repor." (MALU TOLEDO)


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