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TUDO À VENDA
FEIRAS SÃO A CARA DE BRASÍLIA
Os populares mercados do Guará e da Torre de Televisão vendem de comida a joias, passando por roupas e móveis
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Brasília carrega a pecha de cidade artificial, sem alma, desenhada de forma a não facilitar a
socialização. A crítica pode ter
seu ponto, mas ignora as feiras,
essas pequenas tradições urbanas que dão vida à capital.
A tribo dos gourmets, emergente em Brasília como em
qualquer outra capital, bate
ponto na feira do Guará às
quintas-feiras; quem busca
presentes, bijuterias em especial, circula pela feira da Torre
de Televisão, a boa pedida dos
finais de semana.
A primeira, como o nome diz,
fica no Guará, cidade-satélite a
20 minutos de carro do Plano
Piloto. Além de roupas e sapatos, vende temperos especiais,
frutas, legumes, doces, peixes e
crustáceos.
"Compro lula para paella,
dourado, salmão... Um pouco
de tudo com o que estou acostumada no meu país", diz a espanhola Imaculada Vela, 50,
que mora em Brasília, com o
marido diplomata. "Todos da
embaixada compram aqui."
A cozinheira Vanda Lima, 36,
só compra peixe no Guará. "É
tudo fresquinho", diz. Peixes e
crustáceos seguem os preços
praticados em São Paulo, e chegam de avião às quintas.
Há também muitas bancas
de temperos, como a de Marly
de Araújo, que vende misturas
de especiarias, pimentas em
conserva e temperos estrangeiros, como açafrão espanhol e o
árabe zaatar.
Sobremesas são outro destaque. Há de pé-de-moleque a caju cristalizado, passando por
doces caseiros.
Além dos aromas, a feira proporciona uma experiência de
cores, em função das frutas e
dos legumes expostos.
A feira da Torre, versão local
da indefectível feira hippie, fica
entre os eixos que dão forma à
cidade, alinhada ao Congresso.
O Congresso, aliás, já esteve
mais bem cotado, segundo a
vendedora de objetos de pedra-sabão Teresinha Cotrin. Os suvenires mais procurados na sua
tenda são as miniaturas da Catedral e do Congresso, mas esse, "que já vendeu muito, hoje
está em baixa", brinca, em referência aos escândalos. Cada miniatura custa R$ 10.
Brincos, anéis e colares de
prata são pontos altos. Taiana
Andrade, 22, vende as peças
que a mãe faz com gemas naturais, couro e madeira. Um brinco de turquesa sai por R$ 70 na
banca das Andrade.
Um brinco de prata e madeira foi o escolhido pela diplomata Mônica Tambelli, que trabalha na Rússia. Esse é presente
para a mãe, mas ela comprou
também brincos de capim dourado para presentear conhecidas na Rússia.
Nas tendas sob a torre, ainda
é possível comprar bandejas
decoradas, flores secas do cerrado, roupas e móveis.
ONDE ENCONTRAR
Feira do Guará
Área Especial do Cave - Guará II
Qui. a dom.: 8h às 18h
www.feiradoguara.com
Feira da Torre
Torre de Televisão, Eixo Monumental
Sáb. e dom.: 9h às 18h
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