São Paulo, sábado, 28 de março de 2009

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Compare o atendimento das lojas

Em cinco redes que vendem TVs, a reportagem testou o conhecimento técnico e a iniciativa dos funcionários

DA REPORTAGEM LOCAL

No teste de atendimento feito pela Folha em cinco das principais redes de loja de eletrônicos, os vendedores mostraram domínio de informações básicas sobre as novas tecnologias. Eles explicaram bem a importância da definição de imagem, das entradas HDMI (conexão da TV com aparelhos que transmitem alta definição) e da necessidade de um conversor para o sinal digital.
Por outro lado, os atendentes de Fnac, Magazine Luiza e Ponto Frio disseram que um DVD transmite imagens em Full HD, se tiver saída HDMI. Não é bem assim. O aparelho com saída HDMI pode simular um sinal de definição mais alta, mas não necessariamente Full HD. Depende do tipo de DVD.
Nem todos os vendedores mostraram um produto adequado às necessidades específicas da pessoa. No Magazine Luiza, o funcionário logo descartou o plasma em favor do LCD. Mas o plasma tem desempenho melhor em uma sala mais escura, por exemplo.
A Fast Shop, mais bem avaliada, perdeu pontos por exibir imagens com mesma definição em TVs Full HD e HD Ready, impossibilitando que o consumidor decidisse se valia a pena pagar mais pela diferença de qualidade entre os modelos.
As lojas que se saíram pior foram Ponto Frio e Magazine Luiza. Além dos erros de informação, os atendentes não mostraram prós e contras das várias tecnologias, nem tiveram iniciativa de conhecer as necessidades do comprador.
(CYRUS AFSHAR)

PROBLEMAS DE EXPOSIÇÃO
Casas Bahia
As TVs colocadas em prateleiras altas impediam que o consumidor visse qual é, de fato, a qualidade da imagem de cada aparelho, que muitas vezes refletia a luz branca da loja. As TVs não tinham preço marcado e uma grande etiqueta colocada em cada TV pedia que um vendedor fosse consultado. Por outro lado, o funcionário mostrou ter domínio do assunto: disse que a diferença entre 1080p e 720p é nítida apenas se a pessoa tem Blue Ray, que é o único leitor de mídia que reproduz em "full HD". Ele afirmou ainda que não vale a pena comprar TV com conversor embutido (o melhor, segundo ele, era comprar o da TV a cabo) e considerou a distância que a TV fica do espectador para sugerir um tamanho mais adequado.

PONTOS PARA A VENDA TÉCNICA
Fast Shop
Todas as TVs estavam transmitindo o mesmo filme de Blue Ray, mas o vendedor logo explicou que, ao contrário do que se pensa, as imagens não eram em altíssima definição, já que os cabos usados nas TVs da loja não eram HDMI. Ele disse também que não seria aquela a imagem que o consumidor teria em casa, se ele não tiver um Blue Ray ou conversor. De todo modo, essa disposição de reprodução de imagens impossibilitava a diferenciação de uma imagem de uma "full" e de uma "HD ready". Ele foi o único que apontou prós e contras dos modelos, demonstrou excelente conhecimento dos produtos e fez diversas ponderações para melhor atender as necessidades do cliente, sem tentar empurrar simplesmente o televisor mais caro.

SÓ UMA FALHA NA EXPLICAÇÃO
Fnac
Os televisores exibiam filmes de Blue Ray ou um canal de TV a cabo em HD. O atendimento foi atencioso, e logo se via que o vendedor não estava tentando enganar o consumidor: ele explicou bem o que é "full HD", quais são os equipamentos necessários (cabo HDMI e conversor) e sugeriu que a melhor compra é a tecnologia top de linha ("full HD"). Ele recomendou ainda que, caso queira um Blue Ray, o comprador prefira um Playstation 3, videogame que também lê a mídia. "Custa um pouco mais caro, mas vale a pena, tem gravador e reproduz jogos". Porém, ele não apontou muitos prós e contras sobre as TVs que mostrava e passou uma informação incorreta: que bastava o DVD ter saída HDMI para que o filme que chega na tela seja em "full HD". Na verdade depende da gravação do DVD que, em geral, é feita em uma resolução bem abaixo dessa.

INFORMAÇÕES E DICAS FURADAS
Magazine Luiza
A chuva que caiu naquela semana em São Paulo causou uma pane elétrica e as TVs estavam desligadas, exceto uma, que, não por acaso, era uma "full HD" conectada a um conversor digital externo. O vendedor rapidamente decretou que o plasma é de tecnologia inferior e sugeriu a compra de uma TV "full HD". "Essa já está preparada para o futuro", argumentou. Ele também disse que o melhor seria comprar uma TV já com conversor embutido, mesmo sem saber se a pessoa pretende ou não ter TV a cabo. Ele ainda afirmou que um DVD com saída HDMI transmite em "full HD", o que não é correto. Porém, o funcionário explicou corretamente o básico sobre as definições e também ponderou sobre a distância que a TV vai ficar, para que seja feita a escolha do tamanho da tela.

O ÚNICO 'TROFÉU SINCERIDADE'
Ponto Frio
A vendedora foi paciente e explicou corretamente o básico sobre definição de imagem e sobre a necessidade de conversor digital. Ela foi a única que disse que não vale a pena uma "full HD" agora para o consumidor que não pensa em ter Blue Ray e sugeriu que o conversor fosse comprado à parte. Mas ela também disse que um DVD com saída HDMI também processa o sinal em "full HD", o que não está correto. Ela não levantou prós e contras dos modelos e não levou em conta a distância entre a TV e o espectador para sugerir um modelo de tamanho mais adequado.




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