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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 04 A 10 DE AGOSTO DE 2006

 

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CINEMA

A Prova

John Madden resolve tema árido com dignidade

Ricardo Calil

Baseado na peça de David Auburn, premiada com o Pulitzer (que ganhou uma montagem brasileira estrelada por Andréa Beltrão), o filme "A Prova" tinha dois desafios principais a vencer já em sua origem. Primeiro, descolar-se da famosa matriz teatral, firmar-se como obra cinematográfica com personalidade própria. Depois, tornar atraente para um público amplo o universo da matemática, que serve de pano de fundo para a trama.

São tarefas que o filme cumpre com sobriedade, embora sem brilho, graças à direção segura de John Madden e da atuação precisa de Gwyneth Paltrow, a mesma dupla de "Shakespeare Apaixonado". Porém o grande trunfo do longa é o roteiro de Auburn, que escapa da teatralidade com o uso contínuo de flashbacks e cria diálogos inteligentes em torno dessa ciência.

Após a morte de Robert (Anthony Hopkins), um brilhante matemático que enlouqueceu no final da vida, sua filha Catherine (Paltrow) tenta provar à sua irmã Claire (Hope Davis) e ao estudante Hal (Jake Gyllenhall) que ela herdou o talento do pai para os números, mas não seu desequilíbrio mental. A questão vem à tona quando Hal descobre uma revolucionária prova de um problema matemático que julga ser obra de Robert, mas que Catherine garante ter sido feita por ela.

O tema central do filme não é o mundo dos cálculos, mas a delicada fronteira entre genialidade e loucura, o drama de pessoas com um universo interior muito rico, mas que nem sempre conseguem traduzir essa riqueza aos outros, como Robert e Catherine.

"A Prova" desenvolve com dignidade esse tema árido para os padrões hollywoodianos. Mas o conclui de maneira insatisfatória, recusando um final em aberto e insinuando uma solução romântica. Para um filme sobre pessoas tão originais, seu desfecho é bastante convencional.
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