O ROTEIRO MAIS COMPLETO DE SÃO PAULO |
DE 25 A 31 DE AGOSTO DE 2006 |
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CINEMAO Tempo que Resta Ozon filma segunda parte de trilogia sobre o lutoBeatriz Peres Aos 30 anos, um fotógrafo bem-sucedido (Melvil Poupaud) descobre que sofre de um câncer incurável e que tem poucos meses de sobrevida. Ele decide não contar nada a ninguém (com exceção de sua avó, que vive isolada) e lidar sozinho com o problema durante o tempo de que ainda dispõe.E é da maneira de suportar a expectativa da própria morte que trata "O Tempo que Resta", novo longa do francês François Ozon ("O Amor em Cinco Tempos"), apresentado no Festival de Cannes deste ano. De acordo com o diretor, o filme é a segunda parte de uma trilogia sobre o luto que começou em 2000 com "Sob a Areia" -abordando a morte do outro- e deve terminar com uma história sobre uma criança que morre. Enquanto o filme anterior acompanhava a protagonista tentando descobrir o que fa- zer a partir da notícia do desaparecimento de seu marido, "O Tempo que Resta" vê a situação oposta: o próprio jovem que vai "desaparecer" querendo saber o que fazer até lá. A avó interpretada por Jeanne Moreau ("Ascensor para o Cadafalso", "Os Amantes"), em aparição relativamente curta, é o grande contraponto no longa a todos os outros personagens que ignoram a morte iminente. O protagonista justifica a confissão dizendo que, assim como ele, ela também só espera pelo fim. O egoísmo que leva o fotógrafo a não informar o namorado, a família e os amigos sobre a doença atinge o ápice na incômoda relação que ele estabelece com a garçonete de uma lanchonete de estrada e seu marido (contar mais do que isso seria estragar a surpresa). |
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