CINEMA

A Última Amante

Catherine Breillat pesa a mão em drama de época

Alessandro Giannini

Lembrada mais pela atualidade, a ousadia e o grafismo sexual de filmes como "Romance X" (1999) e "Para Minha Irmã" (2001), a diretora francesa Catherine Breillat inverteu as expectativas com "A Última Amante".

Adaptação do romance homônimo de Jules-Amedee Barbey d'Aurevilly's, o filme centra foco no triângulo amoroso formado por um jovem casal da aristocracia francesa do século 19, Ryno (Fu'ad Ait Aattou) e Hermangarde (Roxane Mesquida), e uma famosa cortesã espanhola que circulava na sociedade da época, Vellini (Asia Argento).

Acostumada a tratar das questões primais e imediatas do ser humano, Breillat parece não se sentir muito à vontade quando o assunto gira em torno do que está no âmbito interno ou "da alma".

E é essa a esfera que salta aos olhos em "A Última Amante", que tem parentesco forte com "Ligações Perigosas", o romance epistolar de Choderlos de Laclos, adaptado para o cinema por Milos Forman (1988). Mas enquanto Forman trata dessas questões com leveza, Breillat exibe a mão pesada demais. Censura: 16 anos.