CINEMA

Conceição

Filme discute o próprio processo de filmagem

Sérgio Rizzo

Filmes que se voltam para o estado de coisas do cinema brasileiro representam apenas um olhar para o próprio umbigo ou também contribuem para levar a um público mais amplo o debate que já ocupa jornais, revistas, web sites, universidades, mesas de discussão em festivais e bares de diversas cidades?

Com a palavra, o distinto espectador. Depois de "Saneamento Básico, o Filme", que estreou na semana passada, é a vez de "Conceição - Autor Bom É Autor Morto". O primeiro, em formato de comédia leve, quer conversar com o grande público. O segundo, que traz uma paródia de auto-crítica, foi feito à margem do mercado e ali parece querer ficar.

Co-produzido pela Universidade Federal Fluminense, pelo Centro Técnico de Audiovisual do Ministério da Cultura e pela Fundação Euclides da Cunha, lembra o curta "Tem Coca-Cola no Vatapá" (76), produzido por então alunos da USP, com a participação de Paulo Emílio Salles Gomes, para examinar a quantas andava o cinema brasileiro.

Em "Conceição", assinado por dois roteiristas e cinco diretores, um grupo discute idéias para filmes em uma mesa de bar. Alguns dos seus personagens adquirem vida, enquanto depoimentos de leigos falam dos filmes que fariam e Jards Macalé encarna uma espécie de Antonio das Mortes.