CONCERTOS E DANÇA

A Filha do Regimento

Ópera de Donizetti valoriza trabalho vocal

Irineu Franco Perpetuo

Com o adiamento das reformas que manteriam o teatro fechado ao longo do primeiro semestre, o Municipal começa agora sua temporada de ópera e de bel canto. Cantada em francês, mas com diálogos traduzidos para o português, "A Filha do Regimento", de Gaetano Donizetti (1797-1848) que jamais havia sido encenada na casa, tem cinco récitas a partir de amanhã (dia 21).

O bel canto é a escola italiana que marcou a primeira metade do século 19 em óperas de Rossini, Donizetti e Bellini, privilegiando o virtuosismo vocal. A orquestra tem função de acompanhamento, tocando música simples, de harmonia elementar. O interesse todo reside na escrita vocal floreada, cheia de ornamentos, sobreagudos e coloraturas.

"A Filha do Regimento" é uma comédia -que estreou em Paris, em 1840- cuja trama gira em torno das revira voltas no amor entre Maria, masco- te de um regimento de granadeiros, e Tonio, um camponês do Tirol que salva a sua vida.

Com regência de José Maria Florêncio e direção cênica de André Heller-Lopes, o espetáculo é protagonizado pela soprano carioca Rosana Lamosa, velha conhecida do público paulistano.

A expectativa fica por conta do desempenho de Flávio Leite, jovem tenor gaúcho encarregado da parte de Tonio. No primeiro ato, ele enfrenta o desafio de cantar "Pour mon Âme", ária que conta com nada menos que oito dós agudos -e a tradição ainda manda acrescentar um nono dó, o que torna o trecho ainda mais difícil de executar.

Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/ nº, República, região central, tel. 3222-8698). 1.580 lugares. Seg., qua. e sáb.: 20h30. 120 min. Até 29/4. Ingr.: R$ 20 a R$ 40 (p/ estudantes e maiores de 60 anos: R$ 10 a R$ 20). A D