EXPOSIÇÕES

Aleijadinho e Seu Tempo

A fé e o ouro protagonizam mostra de arte barroca

Marcos Dávila

"Aqui há muito ouro, mas houve muita peste", lê-se em um dos antigos mapas do Brasil que está na exposição "Aleijadinho e Seu Tempo - Fé, Engenho e Arte", a partir de amanhã (28) no CCBB.

O ouro desapareceu. A peste migrou para a política. Restou a fé, que segue movendo multidões. Pois a fé e o ouro são os dois protagonistas da mostra, segundo o curador Fábio Magalhães. A descoberta do metal no solo mineiro, no século 18, sustentou o vertiginoso desenvolvimento da cultura barroca, da qual o mulato Aleijadinho é o expoente máximo -reconhecido como o maior artista barroco fora da Europa.

A exibição reúne cerca de 200 peças originais, entre estatuárias, objetos sacros, oratórios e mapas. Além de Aleijadinho, há obras de artistas importantes, como Mestre Piranga, Francisco Xavier de Brito e Francisco Servas. Há ainda gravuras e fotografias feitas por Marc Ferrez e Marcel Gautherot. O curador sugere iniciar a visitação desde o terceiro andar.

A despeito do sumiço do ouro -que, concretamente, aparece somente em algumas peças e moedas expostas no cofre do subsolo- a fé segue inabalável, representada no enorme tapete de serragem colorida, típico das procissões de Semana Santa, que fica no hall do CCBB.

Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, região central, tel. 3113-3651). Ter. a dom.: 10h às 20h. Até 28/7. A D V