TEATRO E DANÇA

Entre o Céu e a Terra

Com Machado de Assis, Latão desconstrói linguagens

Maria Eugênia de Menezes

Em "O Círculo de Giz Caucasiano" (2006), a Cia. do Latão já deixava às claras seu flerte com o cinema. No prólogo do clássico brechtiano, a inserção de um curta-metragem prenunciava o caminho pelo qual o grupo enveredaria nos anos seguintes e que culminaria com trabalhos como "Entre o Céu e a Terra".

Tachado de experimento videocênico, por combinar teatro e registros audiovisuais, o espetáculo cumpre curta temporada no teatro Coletivo a partir de quarta (dia 11).

Apresentada pela primeira vez em 2008, no contexto de uma homenagem a Machado de Assis, a montagem parte de um breve filme mudo, inspirado no conto "A Cartomante". Toda a sonorização é feita ao vivo pelos atores, mas de forma deslocada, sem sincronia entre o que está na tela e o que está no palco.

"É uma relação entre imagem e som muito pouco convencional, um movimento de desconstrução do cinema", diz o diretor Sérgio de Carvalho. A encenação, que combina a leitura de textos teóricos e de outra obra de Machado, marca o lançamento de dois novos livros do Latão.

Teatro Coletivo Fábrica - sala 1 - r. da Consolação, 1.623, Consolação, tel. 3255-5922. 134 lugares. Qua. a sex.: 21h. Até 20/2. Ingr.: R$ 20. 60 min. Não recomendado para menores de 14 anos. d i