TEATRO

Motel Paradiso

Texto de Juca de Oliveira retorna aos palcos

Claudio Szynkier

A primeira vez que "Motel Paradiso" chegou aos palcos foi em 1982. A peça sofreu recente intervenção do autor Juca de Oliveira e retorna aos palcos hoje (dia 20), no teatro Bibi Ferreira.

Para Oliveira, não está desgastado o enredo da festa do casal suburbano soterrada pela notícia-bomba: o filho engravidou uma jovem de 14 anos, filha de um banqueiro. "A insensibilidade da classe dominante, o dinheiro como critério de tudo, isso não muda de qualidade desde 82. Só de quantidade. As coisas pioraram", considera o autor.

"Escrevo sobre virtudes perdidas em nós, a solidariedade e o altruísmo, que garantiriam a perpetuação da sociedade que hoje se dissolve."

Com o tom de resgate ético e afetivo, a peça estabelece a humilde Lurdes como heroína que consegue manter a integridade da família na turbulência.

O autor não supervisionou a montagem, conduzida pelo diretor Robeto Lage. No entanto, aposta na força da estrutura original. "No texto, tudo acontece à frente do espectador, em um ritmo rigoroso. Poderia até haver um relógio em cena, marcando o tempo real", diz.

Bibi Ferreira (av. Brig. Luís Antônio, 931, Bela Vista, região central, tel. 3105-3129). 400 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 19h. Até 26/8. 90 min. 12 anos. Ingr.: R$ 40 (sex. e dom.) e R$ 50 (sáb.). Estac. (R$ 5, no nº 759 - convênio). A C D T